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BNDES e Embrapa estudam viabilidade de usinas de produção de etanol de cana e milho

A iniciativa é uma resposta ao grande interesse do setor produtivo por empreendimentos agroindustriais dessa natureza.

BNDES e Embrapa estudam viabilidade de usinas de produção de etanol de cana e milho

O Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), a Embrapa, o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Etanol (CTBE) e o Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas da Universidade de São Paulo (PECEGE/USP) uniram-se para desenvolver um estudo de avaliação de desempenho ambiental e econômico de usinas de produção de etanol de cana-de-açúcar e milho. A iniciativa é uma resposta ao grande interesse do setor produtivo por empreendimentos agroindustriais dessa natureza.

De acordo com o site da Embrapa, em Mato Grosso do Sul e no Paraná, Celso Manzatto, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, já fez visitas iniciais e verificou a rápida transformação dos sistemas produtivos nessa região, em decorrência da síndrome da morte do braquiarião.

“Como consequência, pastagens plantadas há mais de 20 anos, atualmente degradadas, estão sendo renovadas com a utilização de outras forrageiras, contando com a produção de milho e soja como estratégia de redução de custos para o preparo e correção do solo. Assim, a introdução do etanol de milho pode representar mais um vetor para a intensificação da pecuária, principal atividade produtiva dessa região, por meio da oferta de coprodutos do processamento industrial para a alimentação animal. Este é um exemplo de identificação de prioridades e promoção da integração de sistemas produtivos, cujos impactos podem ser previstos pela Avaliação de Ciclo de Vida”, diz.

Essa iniciativa atende a uma das linhas do Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC) – a recuperação de pastagens degradas. Ainda, há um esforço grande para a introdução da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) nessas regiões, podendo se configurar uma oferta adicional de biomassa vegetal para a indústria.

O pesquisador Artur Yabe Milanez, gerente do Departamento de Biocombustíveis do BNDES, garante que os estudos orientará a atuação do órgão neste negócio. “Serão tratadas questões importantes, incluindo a avaliação do potencial para absorção desta nova atividade – produção de etanol de milho em usina flex – por diferentes regiões brasileiras, tema que certamente vai gerar um debate importante tanto dentro do setor. Outra vertente do trabalho avaliará a conveniência/factibilidade de se agregar o sorgo sacarino a esse novo modelo produtivo, tendo em vista que este tem sido até mais utilizado que o milho como biomassa complementar à cana-de-açúcar”, informa Milanez.

Uma equipe, liderada pela pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) Marília Folegatti Matsuura, tem desenvolvido trabalhos sobre avaliação do ciclo de vida (ACV) de biocombustíveis. Recentemente, foi concluído um estudo, em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP), onde se avaliou o desempenho ambiental dos produtos de uma usina “flex” de etanol de cana e milho, a partir de dados reais. Vários impactos ambientais potenciais foram avaliados, assim como diferentes possíveis cenários. Questões como ocupação de terra agriculturável, consumo hídrico e ecotoxicidade foram identificados como pontos críticos a serem considerados em futuros empreendimentos.