O Conselho Estadual de Política Energética (Cepe) realizou sua 22ª reunião ordinária na manhã desta quarta-feira (6), na Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico. No encontro, os conselheiros aprovaram a minuta de lei que incentiva o consumo de gás natural em prédios públicos, discutiram o potencial do estado para o uso da Biomassa como geração de energia e conheceram avanços do Programa Alagoas Tem Pressa.
Com a aprovação da minuta de lei sobre incentivo de consumo de gás natural na geração de energia em prédios públicos pelo Cepe, o projeto foi enviado para o Gabinete Civil para ser ainda apreciado pelo governador Teotonio Vilela Filho. A medida visa destinar a parcela de gás produzida no Estado que hoje, é exportada, já que, dos dois milhões de metros cúbicos produzidos diariamente em Alagoas, apenas um terço é absorvido.
Para o secretário de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico e presidente do Cepe, Luiz Otavio Gomes, o gás natural é um dos grandes trunfos de Alagoas no setor energético e deve ser aproveitado. Ele relembrou a recente divulgação de novos blocos exploratórios terrestres com potencial para gás natural, em Alagoas, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
“Nós já temos uma grande produção e em breve contaremos com pelo menos 50 novos blocos ativos na bacia Sergipe-Alagoas, mas devemos encontrar formas de fomentar a utilização desses recursos primeiramente em Alagoas, para depois pensarmos na exportação”, declarou.
De acordo com o assessor de Planejamento e Gestão Estratégica da Algás, Arthur Mergulhão, esse projeto é calcado em três pilares: econômico, ambiental e social. “O uso do gás natural deve trazer economia para os prédios públicos, quando utilizado em horários de pico. São notórios também os benefícios ao meio ambiente, já que se apresenta menos poluente que outros energéticos, além do aspecto social, pois pode contribuir efetivamente para serviços que devem funcionar sem interrupções, como é o caso de hospitais”, explicou
O Cepe teve ainda uma palestra proferida pelo diretor da Areva, Marcílio Reinaux, sobre a geração de energia e produção do etanol a partir de resíduos. Segundo Marcílio, se todo o bagaço e palha de cana disponíveis no Estado fossem utilizados de forma a ser revertido em energia, Alagoas seria não só autossuficiente em energia, como também exportaria.
“Com os 29 milhões de toneladas de cana de açúcar e a quantidade de bagaço proveniente dela, seria possível gerar cinco milhões MWh, que correspondem a 615 MWmed. Esse é o momento de renovação e temos tudo o que é preciso para elevar nosso Estado a outros patamares em termos energéticos, no que concerne à biomassa”, declarou Marcílio.