Desde 2010 a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) formou um grupo de discussões permanente que aborda temas de logística e exportação interligados com o setor avícola. O grupo, formado por líderes da entidade e agroindústrias associadas, já realizou diversas ações. Uma delas foi concretizada em 2011, com o mapeamento dos gargalos que poderiam a avicultura em médio e longo prazo. O documento, entregue a representantes de primeiro escalão do governo brasileiro, chamou atenção nos quesitos transporte rodoviario, ferroviario, portos, racionalização dos processos para maior agilidade junto ao governo. “É a tal da desburocratização”, explica o diretor financeiro e administrativo da Ubabef, José Perboyre Ferreira Gomes. “Listamos mais de 70 itens. Fizemos a nossa parte”.
Segundo Perboyre, as reinvindicações do setor casaram com a necessidade de outros setores, e com isso, o Governo apresentou o PAC da Logística. “O programa foi apresentado não por causa de nosso pleito, mas certamente no desenvolvimento deste PAC, o governo observou nossas necessidades”, pontua o dirigente da Ubabef.
Canal Azul
O trabalho deste grupo de discussões é contínuo e segue focado na competitividade do setor e no planejamento de leis e que beneficiem o crescimento da cadeia avícola e o fomento das exportações. Perboyre indica que uma das discussões que tem pautado as reuniões e é defendida pela cadeia é a implantação do chamado Canal Azul. Trata-se da adoção do lacre eletrônico por empresas brasileiras exportadoras de carne. “É uma proposta que agilizaria o processo de exportação de qualquer carga. Carne de frango, bovina, suína, etc. A carga que possuir ‘um chip’ no container, por exemplo, com todos os dados necessários para exportação, evita todo o procedimento burocrático para requisição de documentos”, explica o diretor avícola, ressaltando que o custo de implantação deste sistema deve ser avaliado com cautela, de forma independente, por casa empresa. “Por enquanto este é um processo que compreende o produto saindo da fábrica e chega no porto. No entanto, podemos ampliar esse processo desde a produção para o consumidor final. Desde a matéria-prima. Melhorando assim a rastreabilidade do produto brasileiro , desta forma, melhorarmos a qualidade e a confiabilidade de nossos produtos no mundo todo”, finaliza Perboyre.