Avicultores protestaram, na quarta-feira (25), em frente ao Cade, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, em Brasília. Eles querem participar das negociações de venda da unidade da Sadia no Distrito Federal.
Os criadores, que distribuíram 800 pintinhos à população, se concentraram em frente ao Cade, órgão de defesa da concorrência que é vinculado ao Ministério da Justiça. Duzentos produtores do Distrito Federal, que têm contrato de integração com a Sadia, engordam as aves e recebem um preço fixo da empresa. No ano passado, Sadia e Perdigão formaram a BR Foods, fusão que ainda está em andamento.
Para aprovar a fusão entre Sadia e Perdigão o Cade impôs restrições à BR Foods. Entre elas, a venda de frigoríficos, abatedouros e a transferência de contratos com fornecedores. Uma das unidades que estão sendo comercializadas é a do Distrito Federal. Os avicultores que prestam serviços à Sadia reclamam que não foram consultados e temem que os acordos firmados com a empresa não sejam cumpridos pelos novos compradores.
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“A grande maioria daqui fez um investimento pensando a longo prazo. Isso é um investimento de uma via”, diz Fernando Cézar Ribeiro, presidente da Associação de Avicultores do Planalto Central.
Uma comissão de avicultores foi recebida pelo presidente do Cade. “Tudo que estiver ao alcance do Cade para endereçar essas preocupações da maneira mais adequada de acordo com a lei será feito. Se o acordo não for cumprido, a consequência que o próprio acordo prevê é desfazer a fusão”, diz Olavo Zago Chinaglia, presidente interino do Cade.
A Marfrig, empresa que pretende comprar a unidade no Distrito Federal, informou que não vai se pronunciar sobre as reivindicações dos avicultores porque ainda não tem o domínio dos ativos da BR Foods. O Globo Rural tentou contato com a Sadia, mas ninguém da empresa atendeu as ligações.
