Os produtores brasileiros de soja negociaram 52% da safra 2011/12, segundo levantamento divulgado por SAFRAS & Mercado, com base em dados recolhidos até 09 de março. Em igual período do ano passado, a comercialização envolvia 54% e a média para o período é de 43%. No levantamento anterior, divulgado em 10 de fevereiro, o número era de 43%. Levando-se em conta uma safra estimada em 68,228 milhões de toneladas, o volume de soja já comprometido chega a 35,280 milhões de toneladas.
“Da mesma forma do que já tínhamos observado no relatório passado, tivemos outra vez a aceleração no ritmo dos negócios, considerando o comparativo com o relatório anterior, na posição até 10 de fevereiro. A motivação para esse firme fluxo dos negócios em termos absolutos aconteceu especialmente pelo lado dos vendedores, em função do novo movimento de alta nas cotações do mercado de futuros da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT na sigla em inglês) desde o mês passado”, avalia o analista de SAFRAS & Mercado, Flávio França Júnior.
Depois de ter passado boa parte do ano passado oscilando entre US$ 13.00 e US$ 14.00/bushel, tendo chegado a atingir US$ 14.50 em dois momentos, os preços recuaram para o intervalo de US$ 11.00 a US$ 11.50 no final do ano, combinando agravamento da crise financeira internacional e forte retração na demanda por produto dos EUA.
Em janeiro, os preços voltaram a ultrapassar a casa dos US$ 12.00 e agora em fevereiro/início de março a casa dos US$ 13.00, acompanhando a melhora do ambiente financeiro e o reaquecimento da demanda nos EUA, reflexo direto das elevadas perdas de produção na safra da América do Sul.
Mas em termos relativos (em %) a relação também acabou subindo por conta da nova revisão para baixo na estimativa de produção no relatório de março, devido às perdas com a estiagem de dezembro e primeira quinzena de janeiro que atingiu boa parte da região Centro-Sul. E essa percepção de que a safra vai mesmo ficando bem abaixo do esperado inicialmente resultou também na solidificação do próprio interesse dos compradores, mantendo o mercado extremamente líquido.