Produtores de ovos de todo o País estiveram reunidos hoje (03/04) com técnicos da Embrapa Suínos e Aves em São Paulo (SP), dentro da AveSui América Latina 2012. O objetivo foi discutir a Instrução Normativa nº 56, de 04 de dezembro de 2007, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), especificamente no item que obriga a colocação de telas em todos os galpões avícolas. Os avicultores questionam a decisão e solicitaram um estudo técnico sobre os reais efeitos do uso das telas na melhoria da biosseguridade das granjas. “A Embrapa é um órgão reconhecido internacionalmente e tem todas as condições técnicas de apontar se há realmente algum ganho em termos de biosseguridade com o uso das telas e, se não há, quais medidas compensatórias poderiam ser sugeridas”, explica José Roberto Bottura, presidente-executivo do Instituto Ovos Brasil, entidade que organizou a reunião em parceria com a União Brasileira de Avicultura (Ubabef).
A obrigatoriedade das telas em aviários entra em vigor em dezembro deste ano. A justificativa do Ministério da Agricultura é que a medida visa evitar o acesso de aves silvestres no interior dos galpões, reduzindo assim o risco de transmissões de doenças aos plantéis avícolas comerciais. Em avicultura de corte os aviários já são telados. No caso de postura, os modelos construídos no País dificultam o telamento, exigindo uma série de investimentos e adequações. “Mas este não é grande impeditivo. O que queremos é uma avaliação técnica e de segurança, pois acreditamos que o simples telamento não resulta em melhor biosseguridade; há uma série de outras medias as quais entendemos terem uma eficiência muito maior no controle de vetores e enfermidades”, ressalta Bottura.
Em 2006, ainda durante as discussões da IN 56, os produtores de ovos já haviam encaminhado uma série de sugestões ligadas às Boas Práticas de Produção (BPP) para o Ministério da Agricultura. A ideia era a de substituir a necessidade de colocação de telas pelas BPPs sugeridas. No entanto, não só o ministério manteve a questão do telagem como ainda incorporou todas as sugestões do setor produtivo na normativa. “O setor de ovos produz uma proteína que é a única de origem animal que sai embalada da origem indo direto para a mesa do consumidor. Então, nosso setor tem a responsabilidade de continuar a oferecer um produto com segurança alimentar”, aponta Bottura. “Queremos apresentar ao ministério informações técnicas as quais demonstrem que a questão telagem não é necessariamente tão essencial à biosseguridade”, complementa.
Próxima reunião – Na próxima semana deve ser formado um grupo técnico de pessoas ligadas ao setor produtivo. Uma nova reunião deve ser marcada entre este grupo e o de técnicos da Embrapa Suínos e Aves, sem data definida ainda.