Os criadores de aves e suínos estão preocupados com a pressão do milho sobre os custos. Os preços do cereal subiram 40% no ano passado e se mantêm em patamares elevados. Além disso, há dificuldades de logística para abastecimento no curto prazo, em função da quebra de safra da região Sul.
O assunto foi tema de uma reunião conjunta das câmaras setoriais de Milho e Sorgo e de Aves e Suínos, realizada nesta quarta-feira no Ministério da Agricultura. O presidente da câmara setorial de Aves e Suínos, Erico Pozzer, diz que o setor está atento também à alta dos preços do farelo de soja, que acompanha o avanço das cotações da oleaginosa no mercado internacional.
Pozzer, que também preside a Associação Paulista de Avicultura (APA), disse que em São Paulo o custo de produção do frango vivo está em R$ 1,80/kg, acima da média de R$ 1,60/kg registrada ao longo do ano passado. Pozzer observa que o problema é mais sério nos estados que não são autossuficientes na produção de milho, como Rio Grande do Sul, que em função da quebra de safra provocada pela estiagem terá um déficit de 3,8 milhões de toneladas.
Ele diz que Santa Catarina terá que importar 3,5 milhões de toneladas de milho, mesmo volume previsto para São Paulo. O dirigente afirma que os criadores estão torcendo para que não haja nenhuma adversidade climática que provoque perdas de produtividade do milho de segunda safra recém-plantado, cuja produção é estimada em 25 milhões de toneladas.
Ele diz que com a produção de 35 milhões de toneladas colhidas na safra de verão, se não houver problema na segunda safra o volume de milho neste ano será suficiente para atender à demanda dos criadores de aves e suínos, que é estimada em 50 milhões de toneladas.