Francisco Agostinho e Dernival de Souza são trabalhadores da agricultura familiar em Brejo Santo, o principal produtor de feijão de corda do Cariri do Ceará.
Cada um plantou em média, dois hectares e como a chuva não foi bem distribuída, a safra do grão é a menor da última década.
Em Brejo Santo, segundo a Ematerce, os problemas climáticos começaram ainda em dezembro do ano passado, na preparação do solo. Em janeiro, só choveu, em média, 45 milímetros na região, quantidade insuficiente para as sementes germinarem. Em fevereiro, choveu até quatro vezes mais, mas, por causa do atraso anterior, agricultores e técnicos não tiveram como recuperar a lavoura.
Em outra área, agricultores utilizam o trator da Associação Rural na debulha do feijão, mas, em vez da produtividade normal de 800 quilos por hectare, eles só conseguiram colher 180 quilos por hectare.
José dos Santos usa a carroça para levar o que conseguiu produzir para fazer a debulha. O prejuízo causado pela estiagem foi ainda maior na roça dele. Com a pouca oferta, a saca de 60 quilos vendida no ano passado nesta mesma época a R$ 40, agora sai por R$ 350.