A produção brasileira de milho do ciclo que se encerra em junho (2011/12) pode ser ainda maior do que se previa. Segundo estimativa divulgada ontem pela Agroconsult, as duas colheitas da temporada podem somar recordes 73,7 milhões de toneladas, um aumento de 16,6 milhões de toneladas ou 29% em relação à safra passada.
O número é quase 9% maior do que a previsão oficial. No começo do mês a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a safra em 67,8 milhões de toneladas. A própria consultoria trabalhava com uma projeção da ordem de 65 milhões de toneladas.
A revisão foi motivada pelas expectativas elevadas em relação à segunda colheita de milho (a safrinha) em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná após uma avaliação das condições das lavouras nos dois primeiros Estados.
Segundo a Agroconsult, o aumento do plantio e as condições climáticas favoráveis devem garantir uma safrinha de 38,8 milhões de toneladas, um acréscimo de 83,88% ou 17,7 milhões de toneladas na comparação com a segunda colheita do ano passado. A estimativa da Conab para a safrinha é bem mais modesta: 32,9 milhões de toneladas.
Se a previsão se confirmar, a safrinha será maior inclusive que a safra de verão, estimada pela consultoria em 34,9 milhões de toneladas – volume 2,78% inferior ao da primeira safra de 2011/12. Além disso, confirma o milho como principal cultura da safra atual (em volume de produção), superando a soja pela primeira vez desde a safra 2000/01.
A confirmação do número também pode pesar sobre os preços da commodity, já pressionados pela expectativa de uma colheita recorde nos EUA. A Agroconsult está avaliando a condição das lavouras no Paraná e em Mato Grosso do Sul. Na semana que vem, a empresa divulga uma nova estimativa para a produção brasileira de milho.