O Brasil receberá a partir do dia 23 uma nova missão de técnicos do Serviço Federal de Fiscalização Sanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor). O objetivo da visita é dar continuidade à avaliação do sistema de inspeção e controle de segurança dos produtos de origem animal exportados para aquele país e reverter o embargo às carnes de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul desde junho do ano passado.
No entanto, no Estado, o foco das avaliações serão os bovinos, para decepção dos criadores de suínos que enfrentam a pior crise da história, decorrente das restrições impostas há um ano, e que atualmente impõe ao quilo vivo produzido no Estado o menor preço do Brasil.
A Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) está tentando incluir no roteiro de visitas da missão no Estado, pelo menos um estabelecimento de suínos. Como explica o diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, a entidade está fazendo este esforço de incluir uma unidade que esteja o mais próxima possível da missão em Mato Grosso, por entender que essa é uma oportunidade ímpar”. Rodrigues explica que a missão deverá visitar um frigorífico de bovinos em Colíder (650 quilômetros ao norte de Cuiabá). “E a nossa intenção é levar os técnicos russos para unidades em Vera, Lucas do Rio Verde ou Nova Mutum”.
Nestes 14 meses de proibições no comércio internacional de carnes, as exportações de cortes suínos produzidos, em Mato Grosso, foram as mais prejudicadas. Em 2011, os embarques tiveram receita 49,7% menor e 47,4% menos volume em relação ao consolidado no ano anterior. De janeiro a junho deste ano, como aponta análise feita pelo economista e sócio da PR Consultoria, em Cuiabá, Carlos Vitor Timo Ribeiro, o faturamento originado com as vendas de carne suína está 50% menor e o volume negociado 32,8% abaixo dos números registrados em igual período de 2011.
Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o roteiro da comitiva inclui visitas aos três estados embargados, mais Goiás e Santa Catarina. Durante duas semanas, nove técnicos russos deverão inspecionar 19 estabelecimentos de bovinos, suínos e aves, além de unidades dos serviços veterinários estaduais, laboratórios e propriedades rurais. O grupo será subdividido em três equipes com três inspetores cada, uma para cada tipo de carne.