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Valor 1000

Para 2013, companhias vão manter investimentos

As medidas tributárias do governo e o espaço dado ao setor privado em obras de infraestrutura justificam o otimismo de executivos na premiação do "Valor 1000".

Para 2013, companhias vão manter investimentos

A maioria das maiores e melhores empresas do país planeja manter seus planos de investimento para 2013. As medidas tributárias, que reduziram o custo do investimento, a queda de juros e o recente plano de concessões de rodovias e ferrovias, junto com a perspectiva do governo federal de abrir mais espaço para o setor privado em outros setores de infraestrutura, justificam as perspectivas positivas de vários executivos que representaram suas companhias, ontem, na cerimônia de premiação do anuário “Valor 1000”.

A expansão da rede de fibra óptica e a implantação da quarta geração de telefonia celular (4G) garantem a manutenção dos investimentos da Telefônica/Vivo nos próximos anos, garantiu Paulo Cesar Teixeira, diretor-geral da empresa. Essa retomada do crescimento no setor de telecomunicações está no radar da Furukawa do Brasil, fornecedora do setor. Foad Shaikhzadeh, presidente da companhia, afirma que, para atender à demanda, a Furukawa vai ampliar os investimentos e a capacidade produtiva.

O foco no longo prazo sustenta projetos de outras empresas, como Petrobras e Sabesp. A presidente da Petrobras, Graça Foster, lembrou que a empresa pretende investir US$ 236,5 bilhões até 2020, enquanto a presidente da Sabesp, Dilma Pena, explicou que a companhia vai manter a política de alongar o perfil de vencimentos e reduzir seu custo.

Empresas voltadas para o segmento de consumo também pretendem manter os projetos de investimento. Aumentar o gasto em publicidade em todas as categorias de produtos e patrocínios diversos para fortalecer a marca será uma das principais estratégias da Bic Amazônia para enfrentar 2013, diz o presidente da empresa, Horácio Balseiro.

A fabricante e varejista de artigos para vestuário Hering, enxerga uma melhora no cenário econômico, avalia o presidente da empresa, Fabio Hering. “A perspectiva para o segundo semestre é de melhora. A Hering não está olhando 2013 como ano de conter investimentos, pelo contrário, um ano de certa retomada.”

Ricardo Mendes da Silva, presidente-executivo da farmacêutica Aché, diz que a desaceleração foi muito suave para o setor em 2012. Por isso, diz, a companhia não mudou os planos originais para 2013. “Mantivemos os investimentos programados em P&D e em ampliação de capacidade de produção, com aquisição de novos equipamentos”, disse Silva.
 
A Totvs, empresa de software, também manteve os planos de investimento e contratações previstos para 2012 e 2013, mesmo com a desaceleração da economia no primeiro semestre, conta o presidente da companhia, Laércio Cosentino. “A queda de juros e a taxa de câmbio pouco interferem na operação da empresa, mas contribuem com os nossos clientes, que adquirem mais produtos e serviços”, acrescentou o executivo.

Após um ano de desaceleração econômica, a empresa de propriedades comerciais BR Properties espera que 2013 seja mais positivo para o país e para a companhia, que estuda investir R$ 3 bilhões em novos negócios. Segundo Claudio Bruni, presidente da empresa, empecilhos como a limitação de crédito para pessoas físicas são algo do “passado”. O mercado imobiliário, diz, ainda tem espaço para crescer.

Algumas companhias, afetadas por decisões domésticas ou pela desaceleração externa, colocaram os investimentos em revisão. A Brasil Trading, importadora dos automóveis da montadora coreana Kia, está cortando “todo e qualquer investimento e custo possível”, depois que o aumento de 30 pontos percentuais do IPI sobre automóveis importados provocou queda de 48% nas vendas no primeiro semestre, informa o presidente da empresa, José Luiz Gandini.

A mineradora Vale é mais afetada pela desaceleração da economia mundial que pelo desempenho doméstico, diz Luciano Siani, diretor-financeiro da companhia. Segundo ele, em função da queda nos preços das commodities, a companhia está “revendo o plano de investimentos, que será aprovado pelos acionistas em novembro, visando adequá-lo à geração de caixa prevista” pela empresa. “Mas certamente o valor [do plano de investimento] será ainda significativo”, acrescentou.

A gaúcha Agrogen, do setor agropecuário, projeta um cenário pouco favorável para 2013. De acordo com o diretor administrativo e financeiro da processadora de aves, Gerson Müller, a Agrogen deve reduzir seus investimentos em 40% em relação a 2011, para aproximadamente R$ 12 milhões.

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