O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, por unanimidade e sem restrições, o arrendamento de ativos da Doux Frangosul no Brasil pelo JBS, maior produtor de carne bovina do mundo.
Com o arrendamento, o JBS entrou no mercado de frango no Brasil, em operação fechada em maio. O contrato para locação dos ativos inclui ainda unidade de suínos da Frangosul. O contrato, que prevê a locação por dez anos, contempla a opção de compra das unidades.
Uma das alternativas aventadas pelo JBS, segundo disse o presidente da companhia, Wesley Batista, seria comprar os ativos da Doux no Brasil por meio da assunção de dívidas da controlada da empresa francesa.
Segundo Batista disse na época, dependendo do valor do passivo, a empresa assumiria as dívidas e pagaria mais US$ 1 (R$ 2) aos donos da Doux. O endividamento da empresa é estimado pelo mercado de capitais entre US$ 500 milhões (R$ 1,025 bilhão) e US$ 600 milhões (R$ 1,230 bilhão).
Pelo acordo do arrendamento, o JBS pagou dívida da empresa de US$ 150 milhões (R$ 307,5 milhões) junto a integrados e pequenos prestadores de serviços.
O arrendamento das plantas de aves foi uma oportunidade de o JBS entrar no segmento de frango “com escala” e a um custo baixo, avaliou Batista. O JBS previa atingir até setembro a utilização da capacidade total das unidades de frango arrendadas junto à Frangosul (1,1 milhão de aves por dia).
Com a Frangosul, o JBS (que conta com operações de frango nos EUA) elevou sua capacidade de produção no mundo em 15%, para 9 milhões de aves por dia. A unidade de suínos, localizada em Ana Rech, no Rio Grande do Sul, tem capacidade de abate de 3 mil cabeças dia.