No Brasil, a aviação movimenta por ano R$ 32 bilhões, o equivalente a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, e esse mercado tem crescido acima da média mundial.
O principal combustível de aviação é o querosene derivado do petróleo. Entretanto, o setor dos transportes aéreos está buscando alternativas renováveis para os combustíveis fósseis, de forma a se diferenciar frente aos concorrentes e antever requisitos de mitigação de emissões de dióxido de carbono.
Recentemente, a ASTM (American Society for Testing and Materials) aprovou o uso de combustíveis renováveis em aviões comerciais e militares, permitindo a mistura de até 50% de combustível sintético obtido de óleos vegetais ou de gorduras animais por hidroprocessamento com querosene convencional comercial e militar.
Além do hidroprocessamento de óleos e gorduras, existem outras rotas tecnológicas para produção de biocombustíveis para aviação, como a conversão direta de açúcares em hidrocarbonetos e a síntese Fischer-Tropsch a partir de gás de síntese obtido de biomassa.
Entretanto, essas rotas tecnológicas necessitam de maior desenvolvimento para que sejam adotadas industrialmente, tanto em relação a questões tecnológicas visando a diminuir os custos dos biocombustíveis de aviação, como em questões relacionadas com disponibilidade e logística da biomassa necessárias para produção em escala industrial. Desse modo, a produção de combustíveis renováveis de aviação obtidos a partir de biomassa é de grande interesse para a Embrapa e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Com o objetivo de promover discussões e estabelecer parcerias para o desenvolvimento de pesquisas relacionadas com esse tema, a Embrapa Agroenergia promoverá na tarde de 13/9 e em todo o dia 14/9, em Brasília (DF), o Simpósio Nacional de Biocombustíveis de Aviação (SNBA).
Esse Simpósio visa a evidenciar as oportunidades e os desafios técnico-científicos para o desenvolvimento dos biocombustíveis de aviação, debatendo as principais tecnologias em desenvolvimento nessa área, bem como as estratégias necessárias para que esses biocombustíveis sejam produzidos em escala industrial. O público-alvo inclui pesquisadores, profissionais de empresas, universidades, associações e sociedades científicas e setoriais, assim como agências de fomento e entidades ministeriais envolvidas com o tema. O SNBA conta com o apoio do MAPA, do CNPq e de algumas empresas privadas.