O secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, informou ontem que os bancos já trabalham com a possibilidade de estimular fusões e aquisições de empresas que atuam na área avícola para evitar quebras no segmento. Ele não revelou nomes de empresas que poderiam ser alvos dessa estratégia, mas informou que uma série de ações precisam ser colocadas em prática para dar fôlego para produtores de frangos, como suprimento de milho a preços menores, liberação de capital de giro para longo prazo e refinanciamento de dívidas.
Na tarde de sexta-feira e ontem pela manhã, Ortigara esteve reunido com representantes da cadeia de produção de aves no Paraná, entre eles o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado (Sindiavipar), a Organização das Cooperativas (Ocepar) e a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), além de Banco do Brasil, Bradesco e Itaú. O secretário prometeu ajudar nas negociações com o Ministério da Agricultura, e uma carta que trata do tema será enviada a Brasília nos próximos dias.
Maior produtor de frango do Brasil, o Paraná tem 550 mil pessoas empregadas na área avícola, na qual atuam 42 agroindústrias, entre abatedouros e incubatórios. “Já desaceleramos a produção em 10% e agora precisamos de ajuda do governo e dos bancos para a liberação de estoques represados e para conter outros prejuízos”, diz Domingos Martins, presidente do Sindiavipar. Segundo ele, a produção foi reduzida a contragosto, “já que o setor estava embalado por recordes de produção e exportação no primeiro semestre”. O principal problema é o impacto da alta dos grãos nas rações, estopim para o pedido de recuperação judicial da Diplomata, de Cascavel.