Falar sobre mitos e fatos, em geral, nos leva a crer ou acreditar em algo, mas vamos repetir alguns assuntos recorrentes em nosso meio que preocupam nossos agricultores que usam essa tecnologia e, ao mesmo tempo, deixam em pânico nossas donas de casa, mamães, familiares, enfim, pessoas que não vivem o dia-dia de uma empresa rural. “Tenho observado vários artigos relacionados ao tema agrotóxicos e muitos deles deveriam informar a sociedade.”
Os erros do passado não podem em hipótese alguma comprometer e crucificar o sucesso do presente e as melhorias do futuro. Profissionais e ativistas que não conhecem a vida do campo poderiam nos ajudar a melhorar cada vez mais ou nos dizer como podemos alimentar milhares de pessoas retirando está tecnologia do mundo. Isso é viável? O fato é: os agrotóxicos, defensivos agrícolas, pesticidas, como queiram chamar, melhoraram muito em sua toxicidade e agressividade ao meio ambiente. Hoje temos produtos que usamos 2 gramas por hectare, diluídos em 100 ou 200 litros de água. Isso é um avanço espetacular. Para produzir precisamos da tecnologia – isto é evidente que devemos seguir recomendações: o famoso manejo integrado, lembrar que precisamos equilibrar o aspecto econômico, social e ambiental. É processo fácil? Não acredito, mas fazer criticas sem fundamentos técnicos e científicos, isso sim é um fator de preocupação e ao mesmo tempo desserviço à sociedade.
Outro mito: o que é proibido no mundo deve ser proibido no Brasil? Será que devemos seguir este procedimento? Será que nossa agricultura é igual a da Europa ou isso que tem sido difundido não seria uma barreira fitossanitária? Precisamos pensar nestes aspectos: tudo que é dito com relativa verdade se torna verdade mesmo sem parâmetro cientifico. O que precisamos é trabalhar e implantar medidas que assegurem a competitividade da nossa agricultura e, para isso, precisamos focar em fatos e esquecer os mitos.
O mito câncer: toxicologistas do mundo inteiro não comprovaram casos ou problemas de câncer relacionados aos defensivos em seres humanos, inclusive, para que os produtos sejam registrados no Brasil, não pode ter nenhum indicio deste tipo de problema. O que temos são supostas pesquisas ou artigos correlacionando, mas sem efeito causal evidenciado. Portanto, sem efeito cientifico. E o mito que todo brasileiro consome 5,2 litros de agrotóxico por ano, quando pegamos o volume de produto comercializado no ano e dividimos pela população temos este valor, será verdade? Se fizermos uma simples conta de quanto é produzido de frango no Brasil (dados de 2010 – UBABEF), ou seja, 12,23 milhões toneladas e dividíssemos pelo numero de habitantes do Brasil estaríamos comendo em 63 kg de frango/ano, ou 175 g por dia? Será que comemos frango todos os dias? Em 2009 a comercialização de cigarros foi de 98,51 bilhões de unidades, segundo o Ministério da Fazenda. Se dividíssemos pelo número de habitantes (190 milhões) vocês fumariam 63 maços por ano, por acaso todos nós fumamos?
Agora pergunto: por que este tipo de informação? Campanhas contra agrotóxicos, movimentos extremistas, cartas a prefeitos e vereadores que venham a aderir à campanha em seus programas de governo, será que essas pessoas não conhecem gostariam de viver pagando mais caro pelos alimentos, ou termos um balança comercial do Brasil negativa? Hoje nossa balança é positiva devido ao setor agro. A minha dúvida ainda paira: para que serve isso? Para afetar as grandes multinacionais, para dizer que sou um ativista ou para alavancar problemas e nunca sugerir soluções? Pois o ser humano é campeão em criar este tipo de discussão que não se chega a lugar nenhum.
Amigos leitores: pensem nisso! Precisamos colocar a ciência sobre nossas crenças. Se cremos em algo, que façamos isso para melhorar e ajudar a vida de outras pessoas e não prejudicá-las. O seu negócio é nosso negócio. Saibamos conviver com nossas diferenças: protegendo e extraindo o que há de melhor em nosso mundo.
Por fim senhores: os mitos são enormes! Quanto mais as pessoas julgarem que a ideologia é melhor que ciência, cada vez mais teremos diferenças e problemas que, em geral, prejudicam o país e as pessoas. E não esqueçam essa mensagem de um grande professor e médico da UNICAMP Sr. Zeferino Vaz (in memorian) “quando a ideologia entra para porta da frente da universidade, a ciência sai pela porta dos fundos.” Que levemos isto para nossas vidas.
Eng. Agr. José Annes Marinho, gerente de educação da ANDEF
Sobre a ANDEFedu
A ANDEFedu é a área da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal) destinada à educação, que se dedica a planejar, organizar, inovar, desenvolver novas formas de educar e levar a responsabilidade socioambiental e as boas práticas agrícolas aos campos brasileiros.
Sua missão é atingir, incentivar e ser referência ao empresário rural, a pesquisadores e à sociedade brasileira, por meio de métodos que formem multiplicadores da sustentabilidade, visando a uma agricultura forte e sustentável para o país. Para isso, a ANDEFedu produz há mais de 35 anos conhecimento técnico-científico e melhores recursos para adoção de boas práticas agrícolas na agricultura.
Por esse trabalho de cooperação e a constante busca por melhores técnicas, a ANDEF e suas associadas se encontram em lugar de destaque no meio rural e acadêmico. Seu pioneirismo, sua criatividade, seu ímpeto, possibilitam diversos e excelentes resultados ao empresário rural do Brasil: novas tecnologias, responsabilidade socioambiental, conhecimento, informação, produtos altamente eficazes e, acima de tudo, educação à família rural.