Quarenta por cento dos recursos para a safra 2012/2013 da soja podem ter saído do bolso dos próprios produtores. Para esta safra, no qual 7,890 milhões de hectares serão plantados, o gasto total pode chegar a R$ 17,7 bilhões. Segundo o setor, o percentual ainda é uma estimativa visto os dados ainda serem computados. Na safra 2011/2012, 35% dos R$ 11,6 milhões gastos eram de recursos próprios. A utilização de recursos próprios, conforme a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), tem crescido nas últimas safras em decorrências aos bons preços pagos à oleoginosa e pelo risco de endividamento ser menor.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), 18% da safra 2011/2012 foi financiada pelas tradings (multinacionais) e 25% através de revenda (troca de soja por insumos).
Já os recursos provenientes de financiamento bancário, 12% de banco privado e 10% de instituições públicas. “Ainda estamos averiguando como foi o comportamento para a safra atual. Mas, os recursos de bancos privados e públicos seguem os mesmos percentuais da safra 2011/2012. A aplicação própria dos produtores deverá manter-se em 35% podendo chegar a 40%, pois os preços da saca foram bons, o que permite o produto investir”, comenta o analista do Imea, Cleber Noronha. Questionado sobre as tradings e revenda, Noronha comenta que nesta safra foram disputadas as duas modalidades. “A participação ainda é averiguada, mas a tendência é que as tradings diminuam a participação devido à questões de riscos existentes em uma safra”.
Segundo o presidente da Aprosoja-MT, Carlos Fávaro, o que se tem verificado é que o produtor está optando cada vez mais em ele custear a sua própria safra. “O resultado das últimas safras, por conta dos preços pagos pela saca, tem proporcionado ao produtor se autofinanciar, o que por sinal ajuda a reduzir os riscos de endividamento. As tradings ainda financiam por terem a certeza de que terão o grão depois”.
Fávaro comenta ainda que o financiamento por meio das tradings é uma das mais antigas alternativas usadas pelos produtores, porque só agora os bancos oferecerem esta modalidade.