O preço do quilo do suíno vivo aumentou em cerca de 15% em Mato Grosso. No início de outubro o produto custava R$2,35/kg em Lucas do Rio Verde, por exemplo, e passou para R$ 2,73 na última semana do mesmo mês. A evolução, neste caso, é de 17%. Em Primavera do Leste, a valorização foi de 13%, passando de R$ 2,55/kg para R$ 2,90/kg. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
De acordo com o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Paulo Lucion, a recuperação do preço do suíno é um alívio para o setor que só contabilizou prejuízos desde o início do ano. Ele explica que a falta de renda aliada com o baixo custo do produto até então fez com que muitos produtores saíssem da atividade.
“A crise provocou uma redução no plantel, como isso, houve uma redução da oferta de suínos no mercado o que acabou impactando no preço”. De acordo com o representante do setor, a situação deve se manter até o final do ano, quando a demanda pelo produto cresce devido as festas comemoras em dezembro. Mas ele acrescenta que, apesar do alívio, os impactos causados pela crise ainda não foram totalmente resolvidos. “O produtor ainda não se recuperou financeiramente”.
Outro sinal positivo para a atividade é redução no preço do milho, considerado um dos principais insumos da suinocultura. Os preços fizeram com que a alimentação animal se elevasse a ponto de deixar o custo de produção maior que o valor do quilograma do suíno vivo para venda. O analista do Imea, Cleber Noronha, explica que, no mês de outubro, os dados parciais apontam que com 8,70 kg de milho consegue-se comprar 1,0 kg do suíno vivo. Há três meses, quando a produção de suíno no Estado se encontrava em um dos piores momentos do ano, necessitava-se de 5,72 kg de milho para comprar 1,0 kg de suíno, algo que encarecia a manutenção alimentar dos animais.
Além dos preços, os suinocultores mato-grossense comemoram a abertura de novos mercados, como para Geórgia, nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira (29) foi embarcado o primeiro contêiner de pernil de suíno. “É um pontapé para ampliar a participação no mercado internacional com produtos de Mato Grosso”, diz. Conforme ele, apenas 8% do total produzido no estado é encaminhado ao exterior, com destaque para Hong Kong. No Brasil, esse índice é de 14%. Atualmente há apenas quatro unidades frigorífica mato-grossense habilitada para exportar.