Começou a colheita da soja no oeste do Paraná. Na lavoura vai tudo bem e no bolso melhor ainda. Os agricultores comemoram os bons preços pagos pela saca.
Soja no ponto e chances de chuva. Para não correr o risco, o agricultor tem pressa. Três colheitadeiras de uma vez só. São as primeiras máquinas a entrar no campo nesta safra para colher a variedade superprecoce.
Apesar do clima ter sido favorável durante toda a safra, a produtividade foi um pouco menor do que o agricultor esperava. São 57 sacas por hectare contra 66 no ano passado. Em compensação, tem um outro fator que tem tranqüilizado o agricultor: é o preço, que esta semana atingiu em média R$ 46 a saca.
O corretor de cereais Joe Silva explica os motivos da alta. “Primeiro uma estiagem da Argentina, onde eles tiveram um problema climático e ao invés de colherem 55 milhões de toneladas, só vão colher 47, de acordo com o governo argentino. E a demanda por parte do mercado mundial em si, principalmente aquecido pelos chineses, que anunciaram entre 25 e 30% mais importações da América Latina, consequentemente do Brasil”.
Seu Guido Steffens é um que está mais do que contente. Uma semana antes de colher, fechou um negócio que nem ele esperava. Vendeu toda a produção dos 20 hectares por R$ 50 a saca. “O ano passado eu recebi nesta época R$ 36, é uma diferença muito boa. Se tivesse mais eu vendia tudo a este preço”, contou animado o agricultor.
O presidente da Coopavel, cooperativa de Cascavel, Dilvo Grolli, contou que da soja que está sendo colhida, em torno de 25% foi vendida antecipadamente, quantidade bem superior à safra passada, que era em torno de 17%. “O produtor rural aproveitou a venda antecipada devido aos bons preços praticados no mercado. Quem iniciou a colheita está colhendo e vendendo totalmente a safra aproveitando o bom preço do momento do mercado brasileiro da soja. O preço médio hoje está em torno de R$ 46, bem superior, em torno de 40%, ao da safra anterior”.