Importantes reuniões estão ocorrendo referentes às negociações do Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Paralisadas desde 2004, essas negociações estão sendo retomadas agora com perspectiva otimista por parte do governo federal.
A posição da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) apresentada ao governo foi de pleitear uma quota de 110 mil toneladas para as principais posições tarifárias. A Abipecs tem lembrado que na Rodada Doha, antes de sua paralisação, em 2008, a União Europeia sinalizava que iria aceitar uma quota de 1 % de seu mercado consumidor. Assim, a Anipecs entendeu ser coerente solicitar a metade desse valor, ou seja, 0,5% do mercado consumidor europeu, avaliado, em 2010, em 20,6 milhões de toneladas. O pleito da Abipecs é, portanto, que o volume a ser destinado ao Mercosul seja o equivalente a 110 mil toneladas, volume muito superior à oferta da União Europeia em 2004, que foi de 11 mil toneladas.
“Entendemos que agora, para o Mercosul, os europeus devem garantir pelo menos essa participação no mercado da União Europeia, volume ainda pequeno”, comenta Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs.
Exportações em janeiro – As exportações de carne suína, em janeiro de 2011, totalizaram 34,8 mil toneladas e uma receita de US$ 93 milhões. Esse resultado representa uma queda de 10,89% no volume, em relação a janeiro de 2010, e um crescimento de 2,84% em valor, em comparação com igual período de 2009.
Entretanto, os números de janeiro ainda não permitem avaliar o desempenho das vendas externas de carne suína em 2011. A Abipecs permanece com a expectativa de voltar a exportar 600 mil toneladas neste ano, afirma Pedro de Camargo Neto.
A queda no volume de exportação, em janeiro, deve-se à redução de 28,7% nas vendas para a Rússia, cujo mercado, no período, esteve travado em decorrência do frio e da expectativa dos importadores quanto aos resultados da feira Prodexpo. Esse evento está sendo realizado nesta semana, em Moscou. Informações vindas de lá indicam aumento nas negociações, o que sinaliza, para os próximos meses, eventual recuperação dos volumes exportados para aquele mercado.
Em janeiro, houve aumento de vendas de carne suína para a Argentina (84,5%), Angola (30,3%) e para o Uruguai (23,45).