Quando se ouve falar em carne de porco, a primeira imagem que vem à cabeça é de que se trata de um alimento que pode estar contaminado por alguma bactéria ou verminose, já que esses animais são criados nos tradicionais “chiqueiros”. Aos poucos essa visão em Sergipe começa a ser modificada, graças ao trabalho árduo de um grupo de produtores rurais do Agreste que conta com auxílio do Sebrae. Essa luta pela quebra do preconceito em relação à carne tem raízes no município de Campo do Brito, a 53 quilômetros de Aracaju.
O trabalho dos criadores era marcado por sérios obstáculos, principalmente pela falta de informações sobre a maneira correta de cuidar dos animais. “A criação era baseada naquilo que víamos na televisão. Não sabíamos a importância de oferecer alimentação adequada, nem da relevância de manter os animais em local limpo”, lembra José Evairton Silveira, presidente da Coopergipe. Sem chiqueiros
A situação mudou em 2009, quando o Sebrae em Sergipe tornou-se parceiro do negócio. A partir dali, os produtores tiveram a oportunidade de participar de capacitações, feiras e de visitar propriedades em outros estados para verificar a maneira correta de realizar o manejo dos animais. Os resultados não demoraram a aparecer.
Com apoio do consultor do Sebrae e professor do Instituto Federal de Sergipe Hunaldo Oliveira, os empreendedores começaram a modernizar a produção. A alimentação dos animais, até então feita praticamente de restos de comida, foi substituída por ração. Eles abandonaram os “chiqueiros” e passaram a ser criados em áreas cercadas e construídas com cimento.
Outro processo importante foi adoção do controle sanitário. “Os suínos antigamente não eram vacinados. Numa determinada época, houve aqui um surto de pneumonia. Para combater a doença, os criadores exterminaram seus rebanhos achando que isso era a melhor solução. Com as vacinas, cerca de 95% dos problemas relacionados a doenças foram resolvidos”, ressalta Hunaldo.