Está em fase final, a colheita de grãos no noroeste do Paraná. A estimativa – os números finais só saem em abril – dos técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) é a de que a produção de soja fique em 720 mil toneladas e a de milho em 27 mil toneladas.
Foram cultivados na região 226 mil hectares de soja. A produtividade média registrada é de 3.500 toneladas por hectare. No caso do milho, 3.510 hectares receberam as sementes do grão, com média colhida de 7.500 toneladas por hectare.
O Paraná, segundo maior produtor nacional de grãos, com área de 4,5 milhões de hectares plantados, deve colher 13,9 milhões de toneladas de soja. No início da colheita, havia a expectativa de que o Paraná pudesse se tornar o primeiro produtor, ultrapassando o Mato Grosso, que plantou 6 milhões de hectares.
Mas as condições climáticas favoreceram e o primeiro produtor nacional, que deve manter a dianteira no ranking. Em todo o País, as previsões mais recentes indicam que serão colhidas 71 milhões de toneladas de soja, um recorde histórico.
Euforia
Para o chefe do Núcleo Regional de Maringá da Seab, João Carvalho Pinto, o momento é de euforia e nem mesmo a chuva atrapalhar a vida dos produtores. A estimativa do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), da Seab, é de que a safra de soja vá injetar cerca de R$ 330 milhões no mercado regional.
“Os preços estão bons e o clima ajudou na principal fase da colheita. Estamos com 70% da safra colhida e 85% da safrinha de milho plantada. Mesmo com a chuva, não teremos atrasos”, comentou. O cultivo do milho safrinha está estimado em 180 mil hectares.
Carvalho Pinto recomenda aos produtores que puderem, evitar vender a soja agora, pois a tendência é de que o preço, cotado ontem a R$ 42,80 a saca de sessenta quilos, suba nos próximos dias.
“O mundo precisa comer e, com este problema no Japão, as expectativa é de que o preço melhore. Claro que, a maioria dos produtores tem compromissos e não pode esperar, mas quem puder, o melhor é aguardar para vender”, ponderou.
Custeio
O agricultor Roberto Caciolari, de Maringá, foi um dos produtores rurais que não conseguiram segurar o produto. Terminou de colher os 37 alqueires de soja que havia plantado e vendeu o produto para pagar as contas e custear o plantio de milho safrinha.
“A safra foi boa, conseguimos uma média de 136 sacas por alqueire de soja, que está dentro do que esperávamos. Agora vamos ver como será a safrinha do milho. Nossa expectativa é boa”, destacou.
Dividendos
R$ 330 mi é o valor estimado que a produção de soja vai injetar no mercado regional.