Avicultores do Espírito Santo estão preocupados com a atividade. O custo de produção subiu muito e o preço não reagiu. O milho é o maior vilão da história.
O milho está valendo quase como ouro na opinião do produtor. Uma preciosidade.
A saca do milho no último trimestre no ano passado era comprada há R$ 25. No primeiro trimestre deste ano, o principal ingrediente da ração já vale R$ 35, um aumento de 40%.
A preocupação pegou o caminho das granjas. O milho representa 60, 65% da mistura da ração, é a matéria-prima principal usada para alimentar as aves. Com o preço nas alturas, o produtor do Espírito Santo, diz que todo o cenário pode mudar. Para reduzir os custos, pode haver redução na produção.
Oderli Schneide trabalha com números altos. Na granja dele em Marechal Floriano, Região Serrana do Espírito Santo, são 470 mil aves. Para manter tudo isso, 320 toneladas de ração por semana. Ele conta que nos próximos meses pode haver redução de 10 a 20% para adequar a realidade da empresa.
O Espírito Santo não produz milho suficiente para o consumo do estado e precisa comprar de outros lugares, principalmente de Goiás.
O quilo do frango rende hoje ao produtor no Espírito Santo R$ 1,95 e esse já é o custo da produção nos cálculos da Associação dos Avicultores. O problema, de acordo com a Associação, é que no ano passado, o governo federal incentivou a exportação do milho, diminuiu o estoque interno e, ainda por cima, cortou incentivos para o produtor capixaba comprar o grão em alguns tipos de leilões. “Nós estamos vivenciando uma situação hoje que há muito tempo não se via. Não há outra coisa a se fazer hoje do que tentar repassar esse custo para o consumidor final, é uma reação natural que está ocorrendo no mercado”, disse Nélio Hand, diretor da Associação dos Avicultores/ES.