O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, apresentou os resultados da missão à China, em entrevista coletiva nesta terça-feira, 19 de abril. O ministrou anunciou uma série de investimentos e de acordos de cooperação técnica que poderão ser assinados pelos dois países em breve.
Rossi disse que os encontros realizados durante a viagem demonstram o interesse do empresariado chinês de participar de projetos na infraestrutura do Brasil, principalmente nas áreas portuária, ferroviária, hidroviária e intermodal de transportes.
“O Brasil tem todo o interesse em parcerias no setor de produção e de comercialização de produtos agrícolas. Queremos abrir novas possibilidades para receber empresários interessados concretamente em áreas da agricultura brasileira”, afirma.
Segundo o ministro, existem muitas formas de cooperação entre Brasil e China na área de agricultura. As principais são os investimentos diretos em iniciativas de logística e os negócios com pagamento em produtos, que permitem aos grandes compradores chineses de alimentos fazer contratos com empresas e produtores brasileiros.
Outra possibilidade é a captação de recursos por meio de mercados de capitais – ações e fundos de investimento – e formação de joint ventures, em que empresas brasileiras e chinesas podem se associar com o capital nacional para projetos no Brasil.
“O melhor exemplo disso são os empreendimentos chineses em Goiás e no oeste da Bahia, onde está sendo implantando um complexo de esmagamento de soja que vai gerar uma repercussão muito importante. Vamos exportar um valor com produto agregado maior para a China, que receberá o produto pronto”, destaca.
Cooperação técnica mais próxima
De acordo com Rossi, a possibilidade de parcerias em projetos de pesquisa ficou ainda mais próxima com a instalação de um laboratório virtual da Embrapa (Labex), em Pequim.
O ministro informou que já existem áreas de cooperação estabelecidas entre os dois países nas áreas de minério e petróleo, por exemplo –, mas afirmou que o Brasil pretende estender as trocas para outros setores da agricultura, como a genética de plantas.
A pecuária é outro segmento que vem despertando o interesse dos chineses, principalmente, em relação à exportação de sêmen e embriões de bovinos brasileiros. O Brasil é referência mundial em biotecnologia de reprodução bovina e ofereceu cooperação técnica para desenvolvimento de raças zebuínas no país asiático.