Quase três anos depois da venda da Frangobras, da qual era sócio, para a americana Tyson Foods, o empresário Reinaldo Morais planeja ter outra indústria avícola no Paraná, em outubro. A BR Frango, na qual ele tem a maioria das ações e está sendo construída em sociedade com mais três famílias do Estado, terá investimento de R$ 100 milhões.
O complexo industrial ficará no município de Santo Inácio, que tem cinco mil habitantes e fica no norte do Paraná. Na primeira fase, terá capacidade para abate de 210 mil frangos por dia, em dois turnos de trabalho. Até 2013, com ampliação que exigirá um montante adicional de R$ 48 milhões em investimentos, a intenção é chegar a 420 mil aves por dia, com duas linhas de abate.
“É para ser um dos maiores do Brasil”, afirma Morais, que garante não estar interessado em vender o negócio depois da inauguração, como aconteceu com a Frangobras, de Campo Mourão, na qual era acionista com outros quatro sócios. O empresário conta que o projeto da BR Frango foi iniciado em 2008, antes da negociação com a Tyson, e não houve impedimento legal para a continuidade dele.
Parte do dinheiro obtido com a venda da Frangobras será investida na nova empresa, que terá também financiamento do BNDES para a construção civil e capital de giro. De acordo com Morais, também foi feito Finame no Banco Itaú para uma fábrica de ração e no Banco do Brasil para aquisição de equipamentos do abatedouro. Esses financiamentos vão somar R$ 45 milhões.
Morais, que é zootecnista, conta que a planta em obra é versátil e capaz de atender o mercado mundial, com frango inteiro ou em cortes. A possibilidade de industrialização está em estudo. “Temos pré-acordos de compra que absorvem 100% da produção que teremos”, afirma o empresário. A unidade, que terá 25 mil metros quadrados de área construída, em terreno de 365 mil metros quadrados, deve gerar 800 empregos na primeira fase. Os sócios da BR Frango terão 100 aviários próprios e 250 serão integrados.
O Paraná é o maior criador de frangos do Brasil (com 1,3 bilhão de cabeças em 2010) e responde por cerca de 25% da produção nacional. As cooperativas e seus associados representam boa parte do volume. A C. Vale, por exemplo, abate 310 mil aves diariamente e, a Copacol, 300 mil. A Lar está ampliando sua estrutura avícola, para chegar a 280 mil.
Na semana passada, a Copacol e a Coagru criaram uma cooperativa central para atuar na avicultura. Um abatedouro que está em construção em Ubiratã, no noroeste do Estado, vai ser a primeira unidade da nova central. Nele estão sendo investidos R$ 120 milhões e a inauguração deve acontecer no segundo semestre de 2012. A capacidade é para 160 mil frangos por dia.