As exportações mineiras de milho movimentaram US$ 53,1 milhões nos primeiros cinco meses de 2011, informa o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De acordo com Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais (Seapa), a receita das vendas externas multiplicou-se por 11,4 vezes em comparação ao valor registrado em igual período de 2010.
Márcia Silva diz que o valor exportado de janeiro a maio de 2011 superou em 137,2% o último recorde registrado em 2008. “As exportações do milho em grão para consumo animal e humano lideraram as vendas externas do segmento de milho. A receita de exportação desse tipo de grão representou cerca de 78% das exportações mineiras do segmento.”
No período de janeiro a maio de 2011, Minas ocupou a terceira posição no grupo dos principais Estados exportadores de milho para consumo animal e humano, com parcela de 6,1% da receita de vendas externas brasileiras. Mato Grosso e Paraná ocuparam as primeiras posições. Segundo a assessora, nos primeiros cinco meses de 2010, Minas Gerais aparecia com uma parcela de 0,05%, respondia pela nona e última colocação.
Produção forte
Minas Gerais, terceiro maior produtor brasileiro de milho, responde por 11,1% da produção nacional, atrás de Paraná e Mato Grosso. De acordo com Márcia Silva, a produção mineira deve chegar na safra atual a 6,3 milhões de toneladas, aumento de 3% em relação ao volume produzido na safra 2009/2010. “Entre os principais produtores, Minas é o único Estado com registro de incremento da produção entre as safras de 2009/2010 e 2010/2011”, ela explica.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos informa que o Brasil é o quarto principal produtor mundial, respondendo por 6,7% da produção global. Estados Unidos, China e União Europeia (composta por 27 países) são os principais produtores com parcelas de 38,8%, 20,6% e 6,8%, respectivamente, do volume mundial.
O principal produtor mundial vem enfrentando problemas de suprimento. Segundo a assessora, entre as safras 2009/2010 e 2010/2011 estima-se uma queda da produção de 4,9% e um aumento do consumo dos Estados Unidos de 4,2%. “O consumo americano vem sendo estimulado pela redução dos estoques de etanol, que é produzido à base de milho. Essa conjuntura de aquecimento da demanda e restrição da oferta vem estimulando o aumento das cotações internacionais”, observa.
Para Márcia Silva, o problema de suprimento americano pode corresponder a uma boa alternativa para o escoamento do milho brasileiro e mineiro. “Nos primeiros cinco meses de 2011, os Estados Unidos não efetuaram compras do milho mineiro e o potencial de venda para esse mercado pode ser uma boa oportunidade”, prevê a assessora.
A diversificação de pauta foi registrada comparando-se o período de janeiro a maio de 2010 e 2011, quando o número de países importadores passou de 11 para 15. Os principais compradores em 2011, Espanha, Vietnã e Portugal – que adquiriram o equivalente a 73% das exportações mineiras – não registraram compras em 2010.
“As oportunidades que despontam são promissoras”, acrescenta a assessora, que destaca o momento incerto do abastecimento nos Estados Unidos, principal produtor e consumidor mundial do grão. “Essa conjuntura acaba por provocar um efeito em cadeia, uma vez que o aquecimento da demanda geralmente provoca elevação dos preços, que por sua vez incentivam o aumento da produção”, ressalta a assessora. Portanto, segundo Márcia Silva, no momento os produtores devem ficar atentos às tendências do mercado americano.