Um experimento realizado com 1.185 produtores de soja em áreas de até 10 hectares conseguiu atingir produtividade do grão de quase o dobro da média nacional. A maior colheita foi de 100 sacas por hectare, contra 52 da média no país. O desempenho foi alcançado pelos participantes da 2ª edição do Desafio Nacional de Máxima Produtividade Safra 2010/2011, realizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) e que tem a Embrapa como parceira.
Foram premiados seis produtores de soja em três categorias: Sul, Sudeste e Cerrados. Os participantes desenvolveram técnicas novas para ampliar a colheita por hectare. As descobertas serão aproveitadas e disseminadas no futuro.
O evento foi elogiado apesar da queda de produção do vencedor em relação ao ano passado, quando o primeiro lugar colheu 108 sacas por hectare. “Houve uma queda na produção principalmente em relação às condições climáticas deste ano. No entanto, já era de se esperar”, diz o Engenheiro Agrônomo e Pesquisador de Fisiologia, Luis Antonio Fancelli. “Várias técnicas diferentes surgiram, por exemplo, a semeadura cruzada, diferente do padrão em linha. Temos discutido que o importante é apurar a técnica, sem imitar os resultados anteriores”, diz Fancelli.
O CESB desenvolveu um desafio em que participantes teriam que plantar de 5 a 10 hectares em suas propriedades com técnicas que gerassem aumento de produção. O CESB estabeleceu uma meta para o país para “desafiar” os produtores: 66 sacas por hectare. “Se levarmos em conta essa meta e a produção atual de 52 sacas vemos que é um número factível”, diz o diretor de marketing do CESB, Nilson Caldas.
A Embrapa é a responsável por testar os métodos mais usados e certificar os melhores. “São várias tecnologias usadas. Nós avaliamos quais foram os mais adotados e testamos em campos experimentais. Desde o ano passado já estamos usando alguns fatores de produção e essas descobertas vão voltar ao produtor em forma de tecnologia validada”, disse Sebastião Neto, pesquisador da Embrapa Cerrados.
Em pesquisas com os principais métodos usados, descobriu-se que vários são recorrentes. O uso de fertilizantes, novos arranjos de plantio e uso forte da genética. “Um resultado meio óbvio foi o uso de fertilizantes em doses proporcionais à área plantada. A produção depende dos nutrientes. Quanto mais nutrientes mais a planta responde em termos de produtividade. A genética também se mostrou muito importante no processo. O ideal é uma junção de várias características genéticas: de crescimento e resistência às pragas”, diz.