O novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro, abriu seu gabinete nesta quinta-feira, 25, para uma audiência com diversas lideranças do setor suinícola. O encontro contou com a presença do presidente da Associação Brasileria dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes; o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto, além de presidentes das associações estaduais de suinocultores, entre eles, o presidente da Acsurs, Valdecir Luis Folador.
Na audiência, o presidente da ABCS fez uma breve explanação do atual cenário da suinocultura brasileira, sobre os altos custos de produção e a baixa remuneração da cadeia nos últimos tempos, não tendo interferência do governo no sentido de criar políticas de abastecimento e de reparcelamento de dívidas. “Quem está pagando esta conta é o produtor”, alertou.
Segundo Lopes, se o governo federal não tomar atitudes efetivas que deem mais segurança para o produtor e tragam mais sustentabilidade para a cadeia, como o incentivo ao consumo interno e prospecção de novos mercados, haverá uma crise sem precedentes na suinocultura brasileira. “Foi um primeiro contato. O ministro conhece desta realidade, principalmente dos produtores gaúchos, mas procuramos mostrar a ele o que já vem sendo feito pelo governo e quais as demandas atuais da cadeia produtiva e quais os riscos futuros”, revelou o presidente.
Quanto ao embargo de carnes imposto pela Rússia, o Ministro mantém sua posição de que o governo brasileiro irá tomar as providências necessárias para retomar as vendas de carne para a Rússia e não descarta ir, pessoalmente, a Moscou para tratar das negociações. Mendes salientou que o mercado russo tem características próprias que precisam ser trabalhadas, como a questão de acesso e o controle de mercado. Na semana passada, mais um frigorífico de SC foi vetado, ampliando a “lista negra” em vigor desde 15 de junho. Agora, resta apenas uma empresa habilitada para embarque de cortes suínos para a Rússia. Segundo Pedro Camargo, o prejuízo é de 10 mil t/mês.