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"Chip do boi"

Primeiro lote do chip de rastreabilidade bovina desenvolvido pelo Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) entrou em produção em escala comercial na fábrica da X-Fab.

"Chip do boi"

O primeiro lote do chip de rastreabilidade bovina desenvolvido pelo Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) entrou em produção em escala comercial na fábrica da X-Fab, em Erfurt, na Alemanha. A encomenda é de 1 milhão de unidades, que estarão disponíveis em janeiro de 2012, informou ontem o presidente da estatal vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Cylon Gonçalves da Silva.

Segundo o executivo, o Ceitec optou pelo início da produção no exterior para atender os primeiros clientes, cujos nomes não são revelados, antes do início das operações da fábrica de semicondutores em construção em Porto Alegre, previsto para o primeiro semestre de 2012. “Estamos em fase final de montagem dos equipamentos da sala limpa”, explicou Cylon.

A X-Fab também é a fornecedora da tecnologia que será utilizada na planta do Ceitec, e a produção de outros lotes na Alemanha dependerá da procura pelo chamado “chip do boi” antes da conclusão da fábrica em Porto Alegre. A estimativa da estatal é que a demanda pelo produto supere 1,5 milhão de unidades no país em 2012, com perspectiva de expansão anual de pelo menos 10% nos dez anos seguintes.

O “chip do boi” foi um dos primeiros circuitos desenhados pelo Ceitec e começou a ser desenvolvido em 2007. Componente do “brinco” utilizado nos sistemas de rastreamento de gado, o dispositivo de identificação por radiofrequência (RFID, na sigla em inglês) é produzido com tecnologia de 0,6 mícron e opera em baixa frequência de 134,2 quilohertz (kHz).

A empresa também está trabalhando em outros dois modelos de semicondutores para RFID. Mas, ao contrário do “chip do boi”, eles serão fabricados no exterior porque usam tecnologias inferiores a 0,6 mícron.

Um deles, de 0,18 mícron, opera em ultra-alta frequência (UHF) de 915 megahertz (MHz). O produto foi desenvolvido para o programa de identificação veicular do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e tem aplicações também no controle de cargas, bagagens e mercadorias no varejo, como alternativa ao uso dos códigos de barras. O protótipo já está em testes e a produção comercial deve começar em março do ano que vem pela TSMC, em Taiwan.

O protótipo do segundo chip, produzido pela X-Fab na Malásia, deve chegar para os primeiros testes no Ceitec até o fim deste mês, informou Cylon. O semicondutor tem 0,35 mícron de dimensão, opera em alta frequência (13,56 MHz) e será usado em etiquetas para rastreamento de produtos perecíveis.

Desde que o chip começou a ser implantado, a partir da doação dos primeiros equipamentos pela Motorola, em 2001, o Ceitec recebeu investimentos de aproximadamente R$ 500 milhões. A maior parte dos recursos veio do MCT, que neste ano também garantiu uma suplementação de R$ 50 milhões, além do orçamento original de R$ 50 milhões, para garantir o início das operações em 2012. Metade do valor já foi liberada e o restante será repassado no ano que vem.