As energias renováveis podem adicionar até 50 GW na América Latina até 2020. Os números pertencem a estudo encomendado pela Associação Internacional do Cobre (ICA, na sigla em inglês), que aponta o Brasil como mercado mais promissor da região. A pesquisa conclui que a capacidade instalada adicional de novos projetos de fontes renováveispode atingir valores entre 30 GW e 50 GW nesse período, segundo as expectativas oficiais dos países latinoamericanos. No entanto, apesar de existirem várias iniciativas legais e regulatórias nesses países, o estudo indica que ainda é necessária a implantação de incentivos financeiros para que esses valores virem realidade.
Segundo a pesquisa, a energia eólica é a tecnologia mais promissora, sendo que a biomassa deve dominar o mercado brasileiro. Apesar disso, é no Brasil e na Argentina que a fonte eólica possui crescimento mais expressivo. O estudo também abrange as fontes solar, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), geotérmica e maré motriz. Os países analisados foram os da América Central, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela.
Em 2009, ano-base do estudo, as fontes alternativas respondiam por entre 2,5% (Chile e México) a 5% (Brasil e Peru) da capacidade instalada. Entre os países estudados, o Brasil representava mais de 70% da capacidade instalada das fontes renováveis, seguido do México (9%) e da Argentina (7%). No período, cerca de 50% da capacidade total de energia renovável instalada na América Latina era fornecida a partir de biomassa. As PCHs somavam 37% e a energia eólica outros 13%. Sistemas fotovoltaicos ainda constituíam uma quantidade insignificante, mas com perspectivas interessantes para os próximos cinco a 10 anos, principalmente no Brasil.
A geração a partir de biomassa no Brasil totaliza cerca de 5,4 GW, ante 0,72 GW na Argentina e 0,18 GW na Colômbia. Atualmente, a maior parte da capacidade instalada de sistemas de energia eólica está localizada no Brasil (1,4 GW), seguida pelo México (0,85 GW) e pela Argentina (0,30 GW). Durante 2008-2009 os países com maiores taxas de crescimento foram o Brasil (78%), México (138%) e Chile (740%).
O estudo “Energias renováveis para geração de eletricidade na América Latina: mercado, tecnologias e perspectivas” foi realizado pela Universidade de Campinas (Unicamp), pela International Energy Initiative (IEI-América Latina) e Energía, Tecnología y Educación (ENTE – México).