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Florestas Energéticas

Etanol de madeira: uma volta às origens

Pesquisas recentes buscam o desenvolvimento de um combustível barato feito com tecnologia de baixo custo. Alternativa para substituição dos derivados do petróleo, o etanol de madeira é utilizado desde a invenção dos motores a explosão.

As florestas energéticas são uma realidade no país. Tratam-se de plantações florestais industriais, encabeçadas pela Embrapa Florestas Energéticas, cultivadas para o desenvolvimento de subprodutos, entre eles o papel, celulose e para a produção de energia e combustível. A utilização do etanol de madeira ainda é incipiente no país e seu processo precisa ser aprimorado. “A madeira é uma das fontes de extração do etanol, assim como o bagaço da cana. Só é preciso mudar o processo de obtenção do combustível”, explica o analista e engenheiro florestal responsável pela área de energia do Laboratório de Produtos Florestais (LPF) do Serviço Florestal Brasileiro, Waldir Quirino. “O etanol a partir da madeira já é utilizado desde a 2ª Guerra Mundial. É uma tecnologia antiga e agora se tenta aperfeiçoar o processo e adequar”, completa.

O Brasil possui balanço energético renovável favorável. Mundialmente, a utilização dessas energias é de 10%, enquanto no Brasil, esse balanço varia entre 30% e 40%. “Felizmente, temos um contexto favorável pelo clima, condições e extensão do solo. Utilizamos etanol a partir da cana, além dos derivados da madeira, como a lenha, o carvão e o próprio biocombustível, que vem sendo estudado”, define Quirino. As florestas para uso energético têm a possibilidade de garantir o fluxo de matérias-primas para as pesquisas de tecnologias para substituição dos combustíveis fósseis pela energia renovável da biomassa. Estas pesquisas, no entanto, não são grandes novidades para os profissionais do setor. “Os motores à explosão, foram desenvolvidos inicialmente com álcool. Os motores criados por Rudolf Diesel, na Alemanha, funcionavam com óleo de amendoim, ou seja, biocombustível. Então não podemos afirmar que esta é uma descoberta recente”, esclarece Quirino.

Após a invenção desses motores, o combustível à base de petróleo passou a ter novas aplicações. Nesse período, até os últimos anos, o combustível fóssil foi considerado uma alternativa barata, de fácil obtenção, transporte e estocagem. “Recentemente estamos enxergando a poluição e os danos causados pelo óleo de petróleo ao mundo. Com isso, os renováveis, como o etanol de madeira, são opções sustentáveis”, ressalta Quirino. “Voltamos então às nossas origens, com o objetivo de estudar um processo que torne o preço desse combustível competitivo desenvolvido com tecnologias também de baixo custo”, finaliza.