“Temos que continuar aumentando nosso mercado externo”, afirmou, nesta quinta-feira (18), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, ao apresentar as prioridades de exportação do Brasil para 2010. “Hoje, somos grandes exportadores de produtos agropecuários, vendemos para quase 180 países, mas ainda temos mercados a serem abertos”, alertou o ministro.
Segundo Stephanes, as carnes são prioridades para este ano. As negociações para a venda de carne suína ao Japão, China, União Europeia e Croácia vêm sendo intensificadas perante esses potenciais compradores que, somados, podem importar US$ 49,7 bilhões ao ano. Para a carne bovina, o governo brasileiro pretende chegar a mercados como Taiwan, Malásia e Indonésia, que têm a Austrália como principal fornecedora e compram, anualmente, US$ 763 milhões. “A maioria das questões de abertura de mercado já vem sendo tratada há mais de cinco anos e acreditamos que há condições de avançar no sentido comercial”, comentou o ministro.
Barreiras – O México foi o país destacado pelo ministro como um dos mais difíceis de ser acessado. Segundo ele, há três questões que impedem a entrada brasileira: a facilidade logística de importar dos Estados Unidos, o acordo do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), que permite o estreito comércio dos mexicanos; e o desenvolvimento da produção interna. “Poderíamos fornecer carne suína e lácteos, por exemplo, a preços mais competitivos, mas por conta de um mercado ajustado, temos dificuldades”, lamentou. Ainda assim, o Brasil tentará, este ano, conquistar o mercado mexicano com a venda de soja.
A estratégia de ampliação das exportações, em 2010, segundo o ministro, é a persistência. Ele ressaltou, no entanto, que este não é apenas um assunto do Ministério da Agricultura. “O governo tem que remover as barreiras sanitárias e fitossanitárias. Este ano, temos previstas 19 missões de negociações a 23 países. Além disso, vamos promover outras 12 missões comerciais, das quais a iniciativa privada vai participar, porque, cabe a ela efetivar os acordos comerciais com esses novos mercados”, disse.