O preço do milho deve continuar em baixa pelo menos até o fim do ano, avaliam analistas do setor. Apesar disso, por causa dos incentivos no Centro-Oeste, a estimativa é de aumento na área plantada na safrinha.
A crise de preços no milho não é de hoje. Já no segundo semestre do ano passado, para não vender com valores tão baixos, muita gente optou por deixar o produto estocado. Assim, o Brasil iniciou o ano com um estoque de passagem superior a oito milhões de toneladas. Nas últimas seis safras, a média era de pouco mais de seis milhões de toneladas.
O excesso de oferta, aliado ao cenário negativo para as exportações, pressionam o preço do grão e a má notícia, segundo os analistas, é que a tendência não deve se reverter, pelo menos até o fim do ano.
“Nós não vemos nenhuma perspectiva de uma melhora substancial porque as exportações pelas próprias pernas não acontecem, dependem de subsídio do governo, principalmente o produto do Mato Grosso, do Centro-Oeste em geral”, afirma o analista de mercado de milho, Sebastião Gulla.
A perspectiva ruim já resultou em diminuição de área nessa primeira safra. Segundo dados divulgados esta semana pela Agroconsult, foram plantados um 1,2 milhão de hectares a menos no Brasil, uma redução de 13%. Mas, o mesmo não deve ocorrer na segunda safra. A consultoria prevê aumento de área na safrinha, de 5,1 milhões para 5,3 milhões de hectares. O aumento é puxado principalmente pelo Mato Grosso, motivado por incentivos do governo. Já o Paraná, principal produtor do grão, vai reduzir a área em 7%.