Os produtores rurais da Argentina realizaram ontem reunião que pode levar a novos protestos contra o governo de Cristina Kirchner. Na semana passada, os pecuaristas fizeram um locaute de boi gordo durante 48 horas. Agora, as entidades que representam o setor agropecuário propõem um aprofundamento da medida de força, disse o presidente da Sociedade Rural, Hugo Biolcati.
A concentração dos produtores aconteceu em Coronel Pringles, Província de Buenos Aires, e estava previsto que reunisse, segundo os organizadores, cerca de 2.000 pessoas. “Nossas reivindicações vêm sendo feitas há anos e, o que pedimos, é uma política agropecuária razoável para que não faltem carne, leite, milho e trigo na mesa do consumidor argentino e os produtores recuperem suas produções”, disse.
Na semana passada, o ministro de Agricultura, Julián Domínguez, tentou desarticular a mobilização dos pecuaristas com o repasse de subsídios aos pequenos e médios produtores de trigo e gado, os mais castigados pela forte estiagem. “Estamos protestando para defender o campo e estampar a difícil situação dos produtores, especialmente os do sudoeste de Buenos Aires, cujas economias dependem do trigo e da carne”, detalhou o líder da SRA. Ele criticou os deputados eleitos nas eleições de junho do ano passado porque, segundo Biolcati, “não cumpriram nenhuma das promessas feitas quando assumiram”, em dezembro último.
Os parlamentares mencionados prometeram impulsionar projetos de lei para derrubar os impostos de exportações, as chamadas retenções.