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Mercado Interno

Suíno ambientalmente correto

Pesquisa de análise do consumidor na compra de carne suína "sustentável" é feita no Mato Grosso.

Suíno ambientalmente correto

A pressão por uma produção da carne suína ambientalmente correta já tem uma medição científica reconhecida no Brasil. E não é pouca, pois há 15% de consumidores conscientes que defendem o respeito ao meio ambiente e consomem menos o tipo de carne, segundo uma pesquisa do grupo da pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Márcia Dutra de Barcellos.

A pesquisa é uma replicação em 2008 no Brasil de um estudo realizado na Europa sobre a carne suína, diz a professora, uma das palestrantes nesta terça-feira (4) no Encontro Internacional dos Negócios da Pecuária (Enipec), com o tema tendências globais no marketing e comportamento do consumidor.

“O consumo de carne está de acordo com o que eles pensam sobre meio ambiente. De 100% de consumidores, 15% são favoráveis ao meio ambiente e consomem menos carne”. Ela afirma que o resultado da Europa e Brasil são próximos no que diz respeito à cobrança pelo consumidor de produtos sustentáveis, uma tendência mundial. A pesquisa detalhada do levantamento no Brasil será apresentada em setembro, em Foz do Iguaçu (PR), na Pork Expo. O estudo ouviu 482 consumidores em 8 cidades com unidades produtoras no Brasil nos Estados de Mato Grosso (Cuiabá e Campo Verde), Rio Grande do Sul (Porto Alegre e Santa Rosa), Paraná (Curitiba e Ponta Grossa) e Goiás (Goiânia e Rio Verde). E outros 2,4 mil na Europa e 480 na China. A pesquisa é uma iniciativa da União Europeia, Universidade de São Paulo (USP) e da PUC-RS.

O critério ambiental ao comprar detectada pela pesquisa no Brasil ganha força, diz Márcia de Barcellos. A sinalização do mercado de consumo, explica, é proporcionalmente ligada à medida que se aumenta a renda e a informação dos consumidores e seu nível de educação. “Há uma consciência, o consumidor começa a exigir selos, qualidade, de onde vem os produtos que consome”. O indicativo da pesquisa, conta a pesquisadora, mostra que a cadeia da bovinocultura de corte tem que trabalhar com mais pesquisa de instituições como a Embrapa e universidades, junto com o governo e órgãos fiscalizadores para saber os limites da produção.

Tudo, recomenda a pesquisadora, sem radicalismos. E pelo mundo estar de olho no País, conta Márcia, o Brasil tem que ter liderança, formar melhor seus jovens para entender e fazer negociação internacional e defender os nossos direitos.