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Codorna

Aposta na codorna

Coturnicultura brasileira comemora bons resultados em 2010, entretanto especialista afirma que setor ainda precisa ser encarado como atividade empresarial para continuar crescendo.

A avicultura nacional é muito abrangente. São diversas ramificações, muitas delas esquecidas devido à forte representação do setor de frango de corte e postura dentro da economia brasileira. Entre as “esquecidas” podemos citar a criação de codornas, também chamada de coturnicultura. De acordo com Antonio Gilberto Bertechini, pesquisador e docente da Universidade Federal de Lavras (Ufla) e especialista na produção de codornas, o setor é bastante lucrativo e cresce mais de 15% ano a ano. No entanto, tamanho crescimento não parece o bastante para atrair novos empresários avícolas. “A criação de codornas é mais uma atividade da avicultura industrial que precisa ser encarada como empresarial, e, para tanto, é preciso planejamentos e aplicação de tecnologias”, explica Bertechini. “Não se exporta ovos e carnes de codornas ainda. Existem consultas de países árabes para importação de ovos e carnes, mas ainda está em fase inicial de negociação”.

Segundo o especialista, em 2010 a coturnicultura brasileira teve o maior dos crescimentos obtidos na última década – de aproximadamente 17% – na produção de codornas. “Vamos fechar o ano com aproximadamente 14,6 milhões de codornas em postura comercial, possibilitando um consumo per capta em torno de 14 ovos por ano [veja tabela abaixo]“.

Bertechini também destaca a automatização das granjas, que neste ano também foi recorde. O segmento está apostando em melhorias do material genético e da qualidade das pintinhas. “O criador quer sofisticar os aspectos relacionados à cria e recria das aves”, pontua o professor. “Esta fase demanda maior tecnologia para evitar perdas significativas tanto com as aves no inicio de produção como também durante a fase de postura”.

Para 2011, conforme explica Bertechini, a coturnicultura nacional deve incrementar as ações já desenvolvidas em 2010 e também deverá desenvolver projetos na área de segurança alimentar, com a implantação de unidades de processamento de ovos mais adequadas. “Teremos todo rigor que permitirá a segurança alimentar do consumidor final”, pontua.

Outras ações – Segundo o especialista da Ufla, a coturnicultura vem sendo desenvolvida e tecnificada com apoio de pesquisas e debates entre os maiores pesquisadores e produtores do mundo em eventos como o Simpósio Internacional de Coturnicultura, realizado pelo Grupo de Estudos em Ciência Tecnologia Avícolas (Necta) na Ufla. Em 2010, o evento foi realizado entre os dias 14 e 15 de outubro, reunindo produtores, matrizeiros, indústria de equipamentos, profissionais, estudantes de graduação e pós-graduação totalizando mais de 250 pessoas, discutindo os mais variados temas da coturnicultura industrial em seus aspectos de produção, sanidade, processamento entre outros. “Foi mais um momento impar para o segmento”, destaca Bertechini. “Ao mesmo tempo, foram apresentados mais de 130 trabalhos de pesquisas desenvolvidos em vários centros do Brasil e também do exterior. Assim, estas ações culminaram em debater problemas atuais e futuros para o segmento”, finaliza.

Para saber mais sobre a situação atual e as perspectivas para a coturnicultura no Brasil, clique aqui.