Na avaliação do diretor executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul, Rogério Kerber, a suinocultura registra dois momentos bem distintos. “No mercado interno o Brasil experimenta uma recuperação gradativa e consistente, repercutindo o momento favorável do País em termos de maiores níveis de emprego, economia estável.
Adicionalmente, o período de valorização da carne bovina por conta da oferta limitada acaba favorecendo a recuperação de demanda e de preço para outras carnes, como a suína”, explica. No mercado externo, contudo, a realidade não é das melhores. “Desde o começo do ano as cotações internacionais das carnes praticamente vem se mantendo, o que não é positivo para quem exporta. Além disso, a valorização do real frente ao dólar está trazendo dificuldades, mexendo no caixa das grandes empresas, que tem de avaliar em que mercado atuar com melhores resultados, caso do mercado interno”, analisa.
Segundo Kerber, são esses motivos que fizeram com que os embarques de carne suína recuassem 8% até setembro desde ano na comparação com o mesmo período de 2009. “Mesmo com uma sinalização de melhora, o segmento de carne suína ainda assim não conseguirá uma recuperação frente às perdas registradas em 2008 e 2009 neste ano. A melhora continuará sendo gradativa”, informa. Kerber projeta que a suinocultura deverá ter um crescimento apenas vegetativo na produção nesse ano, da ordem de 2,5% a 3%.
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Por outro lado, o setor da suinocultura e as demais cadeias produtivas estão em estado de alerta para a alta dos custos de produção, sobretudo do milho e do farelo de soja, por conta da pouca disponibilidade de oferta em razão do incentivo às exportações. “Temos preocupação também com a ausência de normalidade das chuvas no Centro-Oeste, o que tem provocado atrasos no plantio de soja e de milho, podendo trazer um impacto negativo na produção da segunda safra de milho 2011, também conhecida por safrinha”, conclui.
