Estiagem nos principais estados produtores, como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Tocantins; o reflexo do elevado abate de matrizes devido aos baixos preços pagos ao produtor entre 2008 e 2009, o que levou a uma mais lenta recomposição do rebanho nos dias atuais e a uma consequente redução na oferta e, sobretudo, a manutenção de elevadas margens no varejo, são os principais motivos que explicam a elevação nos preços da carne bovina nos últimos meses, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
“Os preços da arroba do boi estão atingindo recordes históricos como os R$ 112 nos primeiros dias de novembro e ainda sem uma tendência de baixa no curto prazo, mas as margens do varejo continuam excessivamente altas e não contribuem em nada para uma redução de preços para o consumidor, com alguns produtos atingindo números próximos a 120% de margem”, afirma o Presidente-Executivo da Abrafrigo, Péricles Salazar.
Estudo divulgado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) informa, por exemplo, que nos últimos seis anos o preço da arroba do boi subiu 70% no atacado contra 106,64% no varejo.
Segundo a Abrafrigo, aproximadamente 70% do varejo brasileiro de carne bovina é representado pelas vendas dos grandes supermercados e é neste setor que se praticam as margens mais elevadas: “alguns cortes que estão entre as preferências do consumidor brasileiro são comercializados com margens muitos altas: em 29 de outubro, as margens do varejo para um corte como o lagarto, por exemplo, estavam em 91,70%; o patinho, em 74,04% e o alcatra-miolo em 62,91%”, exemplifica Péricles Salazar. “Enquanto o produtor e os frigoríficos vêm mantendo suas margens em patamares condizentes com o mercado, o varejo as mantém em percentuais extraordinariamente elevados, concluiu o dirigente.