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Agroindústrias

Cadeia produtiva terá novo modelo de integração

Presidente da ACCS também considera equivocada condenação da Sadia pelo MPT de SC. Segundo Losivânio de Lorenzi, está em andamento a elaboração de um novo modelo de integração para 2011.

Nos últimos dias, uma decisão do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Chapecó (SC) em ajuizar uma ação civil pública contra a Sadia, exigindo o reconhecimento do vínculo de emprego entre a empresa e os produtores de aves, foi considerada absurda e inaceitável pela Associação Catarinense de Avicultura (Acav). Coerente, o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio de Lorenzi, também achou precipitada a decisão do MPT, embora a considere justa. “Acredito que o produtor de aves e suínos até tenham o direito a este reconhecimento, mas não desta forma, com imposição de indenizações e outros pagamentos”, salienta.

Segundo Lorenzi, o sistema de integração avícola e suinícola são indênticos, por isso, toda questão que envolve uma indústria como a Sadia vai interferir nos dois setores. Ele explica que a ação do MPT, neste momento, irá resultar em um enorme prejuízo para a indústria, compromentendo sua produção, atingindo diretamente o produtor integrado. “Não foi apenas o produtor rural que perdeu dinheiro nos últimos anos, com a crise internacional. As indústrias também foram atingidas e estão descapitalizadas”, pontua o presidente da ACCS. “No entanto, já está em andamento a elaboração de um novo modelo de integração, que deverá construir uma nova história entre o produtor integrado e a indústria”.

Lorenzi destaca que a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), em conjunto com entidades de classe estaduais, regionais e nacionais, já iniciou um diálogo com as indústrias integradoras que deve resultar em um novo modelo de integração capaz de garantir a lucratividade do produtor sobre seu custo de produção. “Hoje o produtor não tem voz. Ou ele aceita o contrato ou não é aceito pela empresa. Se há um problema, a indústria oferece uma bonificação e pronto, manipulando a relação como quer”, disse. “Por isso, estamos trabalhando neste novo projeto de lei, para entrar em vigor em 2011, que vai mudar esta relação. Será um momento histórico. Vamos começar do zero”, destaca o presidente da ACCS.

Única vantagem- Para Lorenzi, a única vantagem do produtor integrado em relação ao independente é a garantia de mercado, uma vez que a indústria sempre adquire o animal produzido, com ou sem problemas econômicos. “Uma crise atinge mais o produtor independente, que tem que baixar muito os preços para liquidar produção”, explica Lorenzi. “Porém, em época de grande valorização dos produtos, como agora, a lucratividade do produtor independente é muito maior, enquanto a margem de lucro do integrado é muito pequena”.