A valorização da carne bovina no atacado e no varejo continua sustentando os preços do frango e do suíno.
“Além de a oferta dos dois tipos de carne estar ajustada ante a demanda existente, a trajetória de alta ainda é muito em função da valorização da carne bovina. Com preços mais elevados, o consumidor busca proteínas mais baratas, ocorrendo a migração da demanda”, explicou o analista da Scot Consultoria, Alex Lopes da Silva.
No caso dos suínos, segundo levantamento da Scot, somente em novembro o preço pago ao suinocultor aumentou 10% em São Paulo e o animal vivo (terminado CIF frigorífico SP) na região está em R$ 68/arroba ou cerca de R$ 3,77/quilo. A arroba do suíno vem subindo desde junho e as cotações atuais se aproximam dos preços recordes registrados em outubro de 2008. Dados da consultoria AgraFNP ainda mostram preços em Minas Gerais a R$ 3,60/quilo e na Região Sul, a R$ 2,55/quilo para lotes de integração e R$ 3,10 na granja em Santa Catarina, com aumento ante a semana passada (R$ 2,50/quilo para integração e R$ 3/quilo na granja). Já a carcaça suína, negociada no atacado, cotada atualmente em R$ 5,60/quilo, aumentou 15% neste mês até esta quinta, dia 18, em São Paulo.
Em relação ao frango, depois da valorização ocorrida no final de outubro, o preço do animal vivo reagiu e aumentou 5,5% na semana, a R$ 1,90/quilo, em São Paulo. Essa cotação só não é maior do que o encontrado na primeira quinzena de outubro desse ano, quando foi atingido o patamar de R$ 2/quilo. Por outro lado, a cotação do frango abatido, comercializada no atacado da região, é recorde e hoje é vendida a R$ 5,60/quilo.
“No mesmo período de 2009, a carne de frango no atacado era comercializada a 34% abaixo do valor atual”, diz Lopes da Silva.
Segundo ele, a tendência de alta dos valores do frango e do suíno continuará no curto prazo.
“Temos o pagamento do 13º salário e as festas de final do ano que acabam estimulando o consumo tanto da carne bovina – que deverá ter seus preços sustentados – quanto das outras proteínas”, prevê o analista.
A informação divulgada hoje pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná, em boletim diário, corrobora com a previsão de Lopes da Silva: a intenção dos produtores de suínos da região é atingir, até o final do ano, cotação de R$ 4/quilo do animal vivo ante os R$ 3,50/quilo praticados hoje no Estado.