O Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura de São Paulo registrou alta de 2,37% no Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR). Nos últimos 12 meses o índice registrou variações positivas de 33,61%, o que, segundo o IEA, aponta um novo patamar de preços dos produtos agropecuários, já que em 2009 houve queda. Praticamente todos os produtos apresentam preços atuais remuneradores e cobrem custos de produção com alguma rentabilidade. Os produtos que apresentaram maiores quedas de preços em outubro foram laranja para indústria (3,95%), carne de frango (3,78%) e feijão (2,96%). Nos contratos de laranja para indústria, os preços recuam acompanhando o câmbio. Os preços da carne de frango e do feijão recuaram pela pressão do consumidor, que reduziu as compras, e pelo aumento da oferta.
Os produtos que registraram as maiores altas em outubro foram amendoim (17,91%), tomate para mesa (17,71%), batata (13,69%), banana nanica (10,43%) e laranja para mesa (6,49%). Os destaques na alta de preços no último ano são algodão, com alta de 82,99%, reflexo de estoques internacionais mais baixos durante a entressafra brasileira, amendoim (31,51%), café (27,17%) – que se recupera no mercado internacional após período de preços baixos – carne bovina (25,88%), de frango (22,34%) e suína (21,71%), banana (21,21%) e milho (19,11%).
Na carne bovina, o aumento de preços é decorrente do ciclo de escassez de animais para abate, que está no pico. Entretanto, a despeito desse aumento, o IEA avalia que a carne não se tornará um artigo de luxo.
A tendência de alta nos preços agropecuários é apontada pelo IEA desde setembro de 2009, com maiores crescimentos após janeiro de 2010. A alta ocorre, segundo o instituto, em função do crescimento econômico deste ano, com aumento da massa salarial, a redução do desemprego e maior nível do salário médio, que aquecem o consumo. O IEA prevê que a persistente pressão da procura ocorra ainda na entressafra da produção agropecuária.
A pressão pode diminuir com o início da colheita da safra das águas, a partir deste mês até março do próximo ano. No entanto, o IEA avalia que a reversão na tendência de preços em alta não depende apenas dos volumes colhidos, mas também do comportamento dos preços internacionais e da resistência das estruturas de mercado, principalmente de consumidores e movimentos especulativos.
No amendoim, um dos líderes em aumento de preços mensal e anual, as altas são pela menor oferta, pressões de demanda e o atraso de safra ocasionado pela estiagem que postergou a perspectiva de entrada da colheita de verão. A diminuição da oferta de tomate para mesa ocorre pela dificuldade de amadurecimento nas últimas semanas, ocasionada pelas friagens noturnas nas regiões produtoras, o que elevou os preços recebidos pelos tomaticultores.
Na laranja de mesa, as pressões da demanda da agroindústria citrícola, no mercado livre de laranja in natura, numa conjuntura de produção menor na presente safra, associada à elevação do consumo com os primeiros dias mais quentes deste segundo semestre, pressionou as cotações da fruta e elevou seus preços.