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Modernização

Mais Alimentos na África

Gana e Zimbabwe são dois dos cinco países onde agricultores familiares receberão financiamento para modernização rural.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar no próximo dia 18 a expansão do programa Mais Alimentos para a África. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) já definiu Gana e Zimbabwe como dois cinco países onde agricultores familiares receberão financiamento para a modernização de suas propriedades rurais.
   
Bier liderou uma comitiva de empresários do Simers em encontro na quinta-feira com o secretário de Agricultura Familiar do MDA, Adoniram Peraci, e o coordenador do Programa Mais Alimentos, Hercílio Matos. “Ainda temos muitas coisas para acertar, mas foi um bom encontro. A preocupação do governo federal era saber se as empresas teriam condições de atender à demanda, e informamos que estamos preparados para vender na África”, disse Bier.
   
Também participaram do encontro representantes da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Estima-se que sejam disponibilizados US$ 150 milhões para cada país africano que participar do programa, que terá prazo de 15 anos, dois anos de carência e juros de 2% ao ano.
   
O presidente do Simers explica que a Embrapa participará do programa, oferecendo assistência técnica aos produtores africanos que comprarem máquinas e implementos agrícolas brasileiros.
   
Bier informa ainda que Simers, Anfavea e Abimaq acertaram de gestionar junto à direção do Banco do Brasil a liberação de linhas do BNDES Finame que estão represadas em razão da recente greve dos bancários. Calcula-se que cerca de R$ 300 milhões tenham sido retidos.
 
Nova lista de preços será divulgada este mês

 
O secretário de Agricultura Familiar do MDA destacou a importância do fortalecimento do Mais Alimentos. “Queremos avançar. A intenção é aumentar as oportunidades do Programa nas regiões do Brasil onde ainda é insuficiente a sua aplicação, e ampliar para a África, incluindo seus novos segmentos e produtos”. Em outubro de 2010, por meio da Resolução 3.904, do Conselho Monetário Nacional (CMN), o Mais Alimentos passou a financiar projetos coletivos ou individuais de investimento destinados à produção de soja, cana-de-açúcar e palmeiras para produção de palmito.
   
Hercílio Matos, coordenador do Programa, anunciou que será divulgada ainda na primeira quinzena de novembro a nova lista de preços dos equipamentos financiados pelo Mais Alimentos, conforme previsto no acordo de cooperação técnica assinado pelo MDA e os setores industriais. De acordo com o coordenador, a correção do preço assegura uma relação de qualidade entre o agricultor familiar e o mercado. “O valor do equipamento vai ficar 15% abaixo da média do mercado”.
   
Outra ação do Programa será realizar reuniões entre a Secretaria de Agricultura Familiar e os agentes financeiros para acelerar o andamento dos processos de financiamento que já tem ordem de crédito. Até agora, 100 mil famílias foram beneficiadas pelo Mais Alimentos.
   
Durante a reunião foram debatidas as futuras ações de divulgação e de fomento do Mais Alimentos. Entre as atividades previstas para o início de 2011 estão a retomada das feiras e a realização de caravanas que vão abranger  as regiões Sul, Sudeste e a região Centro-Oeste do País. Também estão previstas visitas a empresas, concessionárias e encontros com cooperativas de agricultores para apresentação de palestras sobre o programa, entre outras ações.
 
O Programa Mais Alimentos
 
O Programa Mais Alimentos, criado 2008, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, já aplicou em dois anos R$ 4 bilhões em projetos para modernizar as propriedades dos agricultores familiares. Em agosto de 2010, o Mais Alimentos passou a financiar colheitadeiras para a agricultura familiar. Cinco modelos serão comercializados com descontos médios de 18% em relação aos preços de mercado.
   
Como o valor das colheitadeiras excede o limite individual de compra do Mais Alimentos (R$ 130 mil), elas serão comercializadas por meio da apresentação de projetos coletivos, que reúnem mais de um produtor, respeitando o limite máximo de R$ 500 mil. Esta modalidade foi instituída no Plano Safra da Agricultura Familiar 2010/2011.