Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Comércio Exterior

Sem retaliação aos EUA

Apesar de os Estados Unidos terem descumprido alguns dos itens de acordo comercial, Brasil não deve aplicar de imediato as sanções a que tem direito.

Apesar de os Estados Unidos terem descumprido alguns dos itens do acordo que evitou que o Brasil retaliasse bens e patentes norte-americanas, possibilidade que foi estabelecida pela Organização Mundial do Comércio (OMC) no caso do contencioso do algodão, o governo brasileiro não deve aplicar de imediato as sanções a que tem direito.

O chefe do Departamento Econômico do Itamaraty, Carlos Márcio Cozendey, disse na última sexta-feira que os negociadores americanos prometeram, na reunião da última quarta-feira em Washington, definir nos próximos dias um novo prazo para tentarem obter a liberação sanitária. “Eles indicaram empenho em resolver o mais rápido possível. A nossa expectativa é de que eles informem um novo prazo em breve”, afirmou. O Brasil decidiu, portanto, esperar um pouco mais para resolver a questão.

Para o diplomata, a possibilidade de retaliação existe, porque a questão da carne suína de Santa Catarina, apesar de não constar no acordo principal entre os dois países, que até o momento teria sido cumprido satisfatoriamente, é encarada pelo governo brasileiro como um compromisso político dos americanos. Caso não haja uma resposta positiva até a próxima reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), em 17 de novembro, o assunto deverá ser discutido pelos ministros do conselho.

No entanto, ponderou Cozendey, desde o início do contencioso do algodão as autoridades brasileiras optaram por buscar um acordo antes de efetivamente aplicar sobretaxas ou quebrar patentes de produtos americanos. “De qualquer maneira, nunca houve a necessidade de retaliar, até porque esse nunca foi o objetivo, mas sim resolver a questão do algodão”, disse.

Historicamente, nas questões comerciais, o Brasil sempre preferiu a negociação em lugar de retaliações. No último dia 19 de outubro, por exemplo, a Camex aprovou em reunião no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a suspensão por um ano do direito antidumping para as importações de carbonato de bário quando originárias da República Popular da China.