A oferta ajustada, combinada com a boa demanda interna, continuará dando suporte aos preços do suíno nesses próximos três meses. A avaliação é do diretor executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no Rio Grande do Sul (Sips) Rogério Kerber, que sustenta previsões de um abate de suínos no estado em 2010 muito semelhante ao de 2009.
De acordo com o executivo, o Sips só terá números reais de abate após 31 de dezembro, mas projeções apontam para uma produção de carne suína, no acumulado do ano, de cerca de 615 mil toneladas no Estado, volume que se confirmado ficará
muito próximo das 611 mil toneladas de 2009.
Kerber faz questão de frisar, no entanto, que o peso médio do suíno abatido em 2010 está superior ao de 2009, reflexo da situação favorável aos criadores. Conforme o SIPS, os suínos estão sendo abatidos com peso médio de 87,1 quilo da
carcaça, contra 85,9 quilo de 2009.
“O ano de 2009 foi de crise extremada, de forte descapitalização do criador, o que fazia com que ele acelerasse a entrega do suíno a peso menor para reduzir as perdas. Esse ano, como a situação é mais favorável, o produtor reteve os animais e colocou mais peso”, explica o dirigente.
Considerado o Estado com maior número de abatedouros, o Rio Grande do Sul temmhoje 18 indústrias com atuação no abate de suínos e 03 com atuação somente na industrialização.
“Diferente de outros anos, quando os estoques eram grandes, o que está sendo produzido, vai sendo comercializado. A demanda aquecida não permite sobra de matéria prima”, diz Kerber.
O dirigente estima que do mix de produção, com abrangência para carnes (fresca, congelada e resfriada), industrializados (produtos salgados e defumados) e as linhas de massa fina (mortadela, salsicha) e de lingüiça (toscana, mista, calabresa, entre outras), cerca de 48% vai para outros estados da Federação, enquanto 22% é consumido dentro do próprio estado. A diferença é destinada à exportação.