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Mercado Interno

Na briga por mercado, vitória do frango

Produto avícola leva a melhor no contínuo aumento do consumo de carnes no Brasil.

Na briga por mercado, vitória do frango

Depois de escorregar ladeira abaixo nos anos 90, o feijão voltou a ganhar espaço no prato dos brasileiros na última década. Levantamento da Consultoria Cogo mostra que cada brasileiro consume hoje em média 18,5 quilos do alimento por ano trata-se, porém, de 4,5 a menos que na década de 70.

“A perda de espaço do feijão na mesa do brasileiro seguiu uma tendência mundial, que é a substituição do consumo de grãos por carnes. A melhoria da renda da população sempre vai se traduzir em aumento do consumo de proteína animal”, afirma o analista Carlos Cogo. Segundo ele, nos últimos dez anos, o consumo mundial de cereais como trigo e arroz recuou 11%, enquanto o de milho subiu 62% e o de soja aumentou 88%.

Estudo divulgado pelo Ministério da Saúde revela que o porcentual de brasileiros que consome as cinco porções semanais de feijão recomendadas pela Organização Mundial de Saúde caiu de 71,9% em 2006 para 65,8% em 2009. Em Curitiba, 63% da população mantêm o hábito de comer feijão regularmente.

O arroz também perdeu espaço, com queda de 20% na última década, para os atuais 41 quilos por pessoa ao ano. A demanda atual poderia ser 1,9 milhão de toneladas maior.

O frango leva a melhor no contínuo aumento do consumo de carnes. Passou à frente da carne bovina e ganhou distância da carne suína, afirma Cogo. A carne branca e mais barata provocou uma verdadeira revolução nesse mercado. Nos úl­­timos dez anos, o consumo médio do brasileiro aumentou quase três vezes – saltou de 13,4 quilos de frango ao ano na década de 90 para 39,5 quilos. “Não existe marketing melhor que um preço atrativo no supermercado”, observa o analista.

Segundo ele, em 1999, um quilo de carne de frango custava o mesmo que 2,5 quilos de arroz. Hoje, essa relação caiu para 1,6. O brasileiro hoje consome praticamente a mesma quantidade diária de frango e de arroz.

A pressão do setor produtivo para ampliar o consumo de outras carnes também vem crescendo. “Há espaço para ampliar o consumo in natura”, considera Cogo, lembrando que dois terços da carne suína que o brasileiro consome anualmente hoje é em forma de embutidos.

Nos últimos dez anos, o consumo per capita de carne suína praticamente dobrou no país – passou de 7,2 para 13,8 quilos/ano. A carne bovina foi a que registrou o menor crescimento no período, de 46%. O índice passou de 23,6 para 34,5 quilos/pessoa/ano.