A expectativa de que o fenômeno climático La Niña siga o mesmo roteiro observado no passado e determine chuvas abaixo do normal no sul da América do Sul travou a comercialização do que resta da colheita gaúcha de soja da safra 2009/10 que não foi comercializada.
De acordo com Antonio Sartori, da corretora gaúcha Brasoja, ainda há cerca de 30% da produção do Estado a ser negociada pelos agricultores, e quem não vendeu até agora está à espera do melhor momento possível para realizar suas transações. O comportamento recente dos preços no mercado local justifica a estratégia. Em maio, a saca de 60 quilos de soja estava em torno de R$ 34 no Rio Grande do Sul, valor que na quinta-feira passada já havia subido para R$ 42.
“A demanda está boa e os prêmios estão firmes. A preocupação com o clima é grande”, afirma Sartori. Ele lembra que, ao contrário do que temiam os mais pessimistas, as cotações internacionais do grão seguem firmes , o que reforça a estratégia dos produtores.
Nesse contexto, ele questiona os cálculos de órgãos sediados no Hemisfério Norte que projetam os estoques finais de soja em um ano-calendário que termina em agosto. Assim, os números são baseados em resultados obtidos acima da linha do Equador e em frágeis perspectivas sobre a oferta na América do Sul – onde estão Brasil e Argentina, segundo e terceiro maiores exportadores do planeta.