O presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Júnior, aposta na continuidade de mercado firme para o suíno no estado de São Paulo. Ontem (16), o preço do suíno disparou. A Bolsa de Suínos do Estado de São Paulo confirmou negócios a até R$ 58,00 arroba contra R$ 53/55,00 da semana anterior, com o volume negociado mostrando-se o menor desde 12 de julho último.
“O mercado é firme e deve encostar nos 57/58,00 arroba nesse final de semana”, arrisca Ferreira Júnior. Conforme a APCS, do total de 11.020 suínos comercializados em Bolsa nessa segunda-feira (16), cerca de 8%, equivalente a 880 suínos foram negociados a R$ 58,00 arroba. A sessão dessa segunda-feira teve 19 compradores.
A maior parte dos negócios (51,63%, equivalentes a 5.690 animais), saiu à base de R$ 57,00 arroba, condições bolsa, enquanto 40,38% (equivalente a 4.450 suínos), ficou na base de R$ 56,00 arroba.
De acordo com o presidente da APCS, a alta de preços do suíno tem justificativa em quatro motivos. O primeiro deles é que o mercado ficou 11 semanas estagnado. Diz que mesmo tendo condições de reação, o mercado de suíno foi muito mais influenciado pelo mercado externo. O setor também enfrenta redução da oferta de animais para abate e crescimento da demanda em função do aumento de consumo. Ferreira explica que indústrias e varejo começam a antecipar contratos já com vistas às festividades de final de ano por perceberem que em 2010 não haverá excedente de oferta de carne suína.
O terceiro fator de suporte aos preços apontado pelo dirigente é a alta de preço da carne bovina no atacado paulista, decorrente da escassez de boi gordo para abate. Nessa terça-feira (17), o corte traseiro do boi foi cotado a R$ 6,90, maior preço do ano, enquanto o dianteiro fechou a R$ 5,00, patamar recorde para o mês de agosto.
“O preço da carne suína equivale a cerca de 70% da carne bovina. Com a arroba do boi a R$ 90,00 como foi registrado ontem (16), o suíno subiu para R$ 56,00, podendo chegar a R$ 57/58,00 no final de semana”, prevê o dirigente.
O quarto motivo para a alta de preços, segundo Valdomiro Ferreira Júnior, está na ausência de pressa de venda do suíno. Conforme o dirigente, como os custos de produção estão mais baixos, os criadores estão tendo condições de planejar suas vendas e dessa forma exercer melhor controle sobre a oferta.