Depois de dois anos de prejuízos, os criadores de suínos vivem, em 2010, uma escalada de recuperação de preços. Onze reajustes já foram concedidos neste ano pelas agroindústrias, totalizando 16,6% de elevação na base de preços praticados na entrega de animais em pé aos frigoríficos, informou a Coopercentral Aurora – maior compradora e abatedora de suínos de SC.
O reajuste anterior ocorreu em 12 de julho, quando o kg de suíno vivo foi precificado em R$ 2,00 sinalizando uma tendência de alta.
Nesta quinta-feira (12/08) o preço praticado subiu mais 10 centavos para uma faixa entre R$ 2,20 a R$ 2,30 o kg. Essa remuneração é composta pelo preço básico – que aumentou de R$ 2,00 para R$ 2,10 – e pelo ganho proporcionado pela qualidade da carcaça (tipificação), em torno de R$ 0,20, totalizando R$ 2,30/kg.
O presidente da Coopercentral, Mário Lanznaster, explicou que os novos preços assinalam uma fase de recuperação para o setor. Desde 2008, o mercado vivia um difícil período de oferta excessiva de suínos vivos para as indústrias e desajuste cambial, situação agravada com a queda nas exportações e redução do consumo.
Em 2010, entretanto, a demanda cresceu e os preços no mercado internacional começaram a melhorar. O presidente da Aurora acredita em uma gradual recuperação dos níveis de preços e prevê que, neste ano, os suinocultores e as agroindústrias conseguirão ajustar os níveis de produção com os níveis de consumo para evitar distorções nos preços.
Essa situação é muito diferente da do ano passado quando, apesar das condições mercadológicas adversas, a Coopercentral concedia o reajuste para estimular o criador de suínos e evitar o abandono da atividade ou a redução da base produtiva mediante o descarte de matrizes.
“A tendência de alta deve manter-se durante este semestre e acentuar-se em novembro/dezembro”, prevê Lanznaster.
A suinocultura representa a maior cadeia produtiva de Santa Catarina, gerando 65 mil empregos diretos e 140 mil indiretos. Cerca de 55 mil produtores dedicam-se a atividade. O rebanho permanente é de 6 milhões de cabeças. Em 2009, a produção catarinense atingiu 750.000 toneladas de carne, 25% do que o Brasil produz. A suinocultura catarinense continua sendo a maior do país.