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Comentário Suíno

Preço recorde do bacon vira notícia - Por Jim Long

Para Long, produto já atingiu seu valor máximo. Nos Estados Unidos, o preço do suíno vai continuar firme nos próximos meses. A demanda está forte e prejuízo está diminuindo.

Abracadabra – O consumidor noa EUA se deparou na semana passada com as reportagens da mídia sobre o preço de barriga suína (ou seja, bacon) batendo recorde ao chegar ao preço no atacado de mais de US$ 1,50 por libra. Este é um recorde histórico. Um ano atrás o preço de barriga estava entre 40 e 50 centavos. Este é um caso clássico da ditada que a cura mais segura para preços baixos são os preços baixos! Infelizmente, quando a mídia nacional descobre uma história, muitas vezes é um sinal que a história já chegou no máximo. O preço de barrigas vai ficar alto, mas não esperamos por novos recordes nas próximas semanas.

Baixo estoque de barrigas e carne suína em geral em armazenamento, mais o fato que a venda semanal de suínos para abate continua inferior à venda do ano passado, são fatores que agravam o abastecimento em relação à demanda. Na semana passada, a venda de suínos para abate foi cerca de 140.000 cabeças menos que na mesma semana um ano atrás. Mais ou menos 25 milhões de libras menos carne na semana em comparação com um ano atrás. Semana após semana com menor oferta de suínos está empurrando os preços para cima, já que a única forma de racionar oferta limitada é através de preços mais altos. Não é de estranhar que cada cabeça está ganhando mais US$ 40, comparado com um ano atrás. Não podemos dizer que ficamos surpreendidos, já que prevíamos preços significativamente mais altos neste verão, diferente dos desconfiáveis agro-economistas que, ainda em janeiro deste ano, previam preços de carcaça na faixa de 60-70 centavos este verão.

O motivo talvez seja a diferença de perspectiva. Todos os dias estamos expostos ao custo da suinocultura e vimos o desafio financeiro pelo qual os produtores passaram. Longe de um exercício acadêmico, vimos a dor real dos produtores de suínos em uma atividade que perdeu US$ 6 bilhões. De jeito nenhum, com essa dor coletiva, a produção não seria cortada. Não havia retenção de leitoas. Houve cortes de insumos essenciais por falta de dinheiro e coragem. Haveria menos produção. Também acreditavamos e escrevíamos que o pânico de H1N1 (“gripe suína”) nos EUA de 1976 seria repetido. Muito barulho! Pouca coisa iria acontecer e logo seria esquecido. Já se esqueceram de H1N1. Certamente os recordes de preço de barriga e bacon são uma clara indicação desta realidade. Os consumidores estão dizendo com seus dólares que querem bacon. Bacon, um produto que tem sabor e aroma, certamente não é um produto de baixo teor de gordura. Isto em si poderia estar dizendo à nossa indústria o que o consumidor quer e está disposto a pagar.

Outras Observações

* A seca na Rússia certamente sacudiu o nosso custo de alimentação. Desde 27 de julho o preço futuro de milho para setembro subiu 45 centavos de dólar por bushel ($3,62 a $4,05) e o preço do trigo subiu de $4,64 em 29 de junho para US$ 7,25 por bushel na sexta-feira passada. Estamos viajando para a Rússia-Ucrânia nesta sexta-feira e estaremos visitando as áreas afetadas pela seca. Vamos enviar relatórios de primeira mão daquilo que encontramos lá.

* O peso médio semanal de suínos abatidos em Iowa-Minnesota está perto do peso de um ano atrás. Este ano, 121,2 kg , no ano passado 121,1 kg . Algumas semanas atrás, o peso médio estava quase 2 kg mais que um ano atrás.

* O aumento no custo da alimentação reduziu um pouco o preço de leitões de maternidade e de creche. Na semana passada, leitões de maternidade à vista tiveram um preço médio de $ 42,05 e leitões de 18 kg $ 56,30, com uma faixa de variação enorme, de $ 44 a $ 65. Um ano atrás, leitões de 18 kg valiam cerca de US $ 15 e estavam no seu ponto mais baixo. Ao longo das próximas semanas, acreditamos que estes preços vão se estabilizar. Há ainda uma falta de suínos e achamos que o custo dos alimentos irá se estabilizar quando a realidade de uma safra recorde de milho se impõe no mercado de milho.

* Todos já ouviram falar do frigorífico Meadowbrook em Illinois, que pertencia aos produtores, que faliu e agora está desativado, com prejuízo de milhões de dólares. Em contraste a este empreendimento mal sucedido de Meadowbrook, há o frigorífico Conestoga Packers em Ontário, que também pertence aos produtores. Este grupo de 150 granjas familiares está atualmente abatendo 14.000 suínos por semana, bem mais que as 3.000 cabeças que abatia alguns anos atrás. Recentemente a Conestoga anunciou uma nova expansão no processamento que poderia adicionar até 40 novos empregos aos 350 atuais. Conestoga está dando certo. Um testemunho da visão e liderança dos agricultores familiares que se juntaram para construir um produto de carne suína desde a granja até o garfo. Uma confiança e compromisso na sua capacidade e na sua indústria, hoje e no futuro.

Resumo
O preço do suíno vai continuar firme nos próximos meses. O fornecimento de suínos está reduzido. A demanda está forte. Não há nenhuma expansão significativa. As granjas de matrizes vazias não estão sendo repopuladas ainda e novas granjas são uma ilusão. O buraco de prejuízo está sendo enchido aos poucos. Infelizmente, ainda é muito profundo.

Tradução: Genesus Inc.