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Fiscalização

Mapa suspende venda de carne de frango de três empresas

Ação do Mapa no comércio varejista detectou excesso de água nos produtos in natura congelados. Estabelecimentos foram submetidos ao Regime Especial de Fiscalização.

A unidade da BRF Brasil Foods em Capinzal (SC), a da Copacol em Cafelândia do Oeste (PR) e a da Rigor em Jarinu (SP) foram colocadas sob regime especial de fiscalização pelo Ministério da Agricultura. Análises indicaram, segundo o ministério, que aves in natura congeladas e resfriadas produzidas nessas unidades tinham água acima do permitido pela legislação. Pela lei, carcaças e cortes de aves podem ter até 6% de água depois de descongeladas.

O regime especial prevê a suspensão temporária da comercialização e que todo o estoque seja analisado antes da comercialização. As empresas só deixam o regime especial quando comprovam a correção da irregularidade após a revisão dos seus programas de autocontrole e da apresentação das análises de três lotes com os padrões previstos em lei.

Em nota, a BRF Brasil Foods informou que apresentou recurso ao ministério contestando o resultado de análise que levou à inclusão da unidade de Capinzal no regime especial. “A BRF entende que as imposições não possuem lastro legal e questiona os critérios técnico-científicos da metodologia adotada para essas avaliações”. A empresa disse ainda que “cumpre rigorosamente todas as especificações legais recomendadas pelo Mapa e que adota rígidos padrões de controle de qualidade em todas as suas linhas de produção”. Segundo nota técnica do ministério, a Brasil Foods foi incluída no regime especial no dia 2 de agosto.

A Copacol informou, em nota, que esteve sob regime especial de fiscalização entre 21 de julho e 3 de agosto. Segundo a cooperativa, no período “não foram constatadas irregularidades nas amostras das análises realizadas com relação à quantidade de água resultante do descongelamento do produto”. As análises do ministério, conforme a Copacol, já foram encerradas e a comercialização de frango é feita normalmente. A empresa disse que seus procedimentos e produtos se enquadram na legislação que prevê limite de 6% de água.

Procurada, a Rigor, que entrou no regime especial dia 14 de julho, não se pronunciou.

A União Brasileira de Avicultura (Ubabef) divulgou nota dizendo que a decisão do Ministério da Agricultura teve como base “uma metodologia não validada”, que está sendo discutida entre o setor e a pasta. Ainda, segundo a nota, a Ubabef ” reitera a confiança nas boas práticas de produção por parte de suas associadas e entende que qualquer método de fiscalização deve ser validado e baseado em ciência”. Além disso, conforme a entidade, as vendas de suas associadas não estão suspensas.

De acordo com ministério, foram recolhidas amostras no comércio varejista de todo o país para avaliar a quantidade de água resultante do descongelamento. Neste ano, oito estabelecimentos foram incluídos no regime especial de fiscalização.