A demanda por farelo pelos setores de carne e biodiesel está impulsionando a moagem de soja neste ano. As indústrias brasileiras devem processar 33,6 milhões de toneladas da oleaginosa.
Os dados são da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) e, se confirmados, vão representar uma evolução de 9,2% em relação ao volume do ano passado.
Ajudada pelo aumento de demanda do setor de carnes, a produção de farelo de soja sobe para 25,6 milhões de toneladas neste ano, 8,7% a mais do que o registrado na safra anterior.
Esse cenário é mais confortável para as indústrias do que quando a demanda vem do óleo de soja. A demanda de óleo de soja sem um mercado definido para o farelo se torna um problema para o escoamento do produto.
Mas as indústrias encontram demanda nas duas pontas neste ano. Além do farelo, cresce também a demanda por óleo de soja para a produção de biodiesel.
No ano passado, quando a taxa de mistura de biodiesel ao diesel foi de 3% no primeiro semestre e de 4% no segundo, a demanda desse setor foi de 1,1 milhão de toneladas de óleo. Neste ano, com uma taxa de mistura de 5%, as indústrias devem destinar 1,9 milhão de toneladas de óleo de soja para a produção de biodiesel.
Os dados da Abiove indicam também um aumento nas exportações. O país deve colocar 29,8 milhões de toneladas de soja no mercado externo, acima dos 28 milhões de 2009.
Os chineses mantêm um ritmo acelerado de importações de soja. Na avaliação do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA), a China deverá importar 50 milhões de toneladas de soja neste ano. Em 2009, o país comprou 48 milhões de toneladas e em 2008, 41 milhões.
Pressão- As principais empresas de commodities que atuam na Rússia começam a pressionar o governo para frear as exportações. A quebra de safra pode elevar muito os preços dos grãos e gerar um ônus grande às empresas que têm contratos já definidos no mercado.